Apesar de ser a opção mais confortável para segurar o fluxo nos dias de menstruação, o absorvente interno pode ser um bicho de sete cabeças. Desde sobre o modo de o introduzir até o jeito de tirar, as perguntas sobre aquele tubinho de algodão inundam a nossa mente. Por esse motivo alguns especialistas responderam algumas questões que atordoam as mentes femininas.
Segundo o Marcelo Steirn, doutor em ginecologia pela Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), é preciso fazer uma consulta com um ginecologista antes de optar pelo absorvente interno. “Para o médico explicar direitinho o que é vagina, vulva e etc”, fala o especialista. “Vira e mexe as meninas não sabem nem o que cólon do útero”. Tirar esse tipo de dúvida durante a visita pode ajudar até na hora de introduzir o absorvente pela primeira vez. “É preciso conhecer o próprio corpo”, explica o médico.
Uma duvida comum é se a menina pode usar mesmo sendo virgem. A resposta é que sim. “No circular, você pode usar o absorvente sem problemas, mas em outros ele pode lacerar o hímen”, conta a Dra. Graciela Morgado. Mesmo que você tenha o formato que permita a introdução do tubinho, o ideal é que ele seja do tamanho mini. “Para não correr o risco de romper a pele”, afirma a médica.
Se for usado corretamente esse tipo de absorvente não causará nenhuma doença. “Se ocorrer a troca a cada 4h, a higiene da vagina é mantida e não há risco de ocorrer infecções”, conta Marcelo. “Como o canal fica obstruído e há um acúmulo de sangue, o hábito de deixar o absorvente lá dentro durante muito tempo ajuda na proliferação de bactérias e fungos”, complementa Graciela. Se já estiver acontecendo corrimento e coceira na área da vulva, é melhor evitar o uso do tubinho.
As meninas ainda tem que ter cuidado com o choque tóxico. “O choque tóxico é quando, após ficar muito tempo no canal vaginal, o absorvente interno faz uma lesão, uma micro-úlcera, e, por ela, uma bactéria chega à corrente sanguínea e causa uma infecção generalizada”, explica Graciela Morgado. Mas, antes de desesperar, saiba que esta reação é raríssima. “Acontece quando a menina esquece durante dois, três dias o absorvente dentro da vagina. Não quando ele fica uma hora a mais”, tranquiliza a ginecologista.
A melhor maneira de colocar o absorvente é a que parecer mais confortável. “A tradicional é em pé, com uma perna em cima do assento sanitário”, diz o dr. Marcelo. Mas você pode usar a sua imaginação. “Algumas meninas se sentem mais confortável deitadas, com as pernas flexionadas”, fala dra. Graciela. “No entanto, também pode ser meio sentada, de cócoras. Só não pode ser em pé com os dois pés no chão”, finaliza.
Para se escolher o tamanho ideal, segundo Graciela, é preciso levar em conta o seu fluxo menstrual. “Se tiver muito sangue, use o maior. Quando estiver no fim, use o menor”, fala a médica. Já Marcelo diz que deve-se considerar, ainda, o tamanho de sua vagina. “Os maiores podem machucar as meninas que tem um canal mais curto”, afirma. Os dois especialistas concordam em uma coisa: você precisa ficar confortável após colocar o absorvente interno. “Se estiver incomodando, é porque alguma coisa está errada”, diz Steirn.
O absorvente não pode ficar preso dentro da vagina. “E mesmo que você não consiga achar a cordinha e retirá-lo, é só ficar calma e ir até um ginecologista”, acalma Graciela. Ela lembra que, por mais que achemos que o tubinho pode ficar perdido dentro de nosso corpo, ele não tem muito para onde ir. “A vagina é uma rua sem saída. O absorvente não vai ficar passeando pelo nosso organismo”, diz.
Pode-se usar sempre que estiver menstruada, “não há contra-indicação nenhuma neste sentido”, esclarece Marcelo. “Mas não pode usar sempre que tiver qualquer tipo de corrimento. Não é saudável”. Além de ser anti-higiênico, já que deixa a região bastante abafada, o uso deliberado do absorvente interno traz desconforto. “Porque não há sangue para lubrificar a entrada e a saída do tubinho no canal, então causa dor”, explica dra. Graciela.
Fonte: Ig.com