Mais conhecida por botox, e pouco pelo nome técnico, a toxina botulínica é grande aliada em tratamentos para correção de rugas e outras imperfeições estéticas. O que alguns não sabem é que ela também pode ser usada pelo dentista, em diversas ocasiões, como em tratamento de bruxismo e correção da gengiva. No caso do bruxismo, que é uma complicação caracterizada pelo apertar e ranger dos dentes, a toxina serve como tratamento, segundo o odontologista Ricardo Martinelli, consultor do Instituto Pedro Martinelli Pró-Odontologia.
As placas flexíveis de silicone ou rígidas de acrílico, moldadas segundo a arcada dentária do paciente, são comumente usadas nessa situação. No entanto, segundo o dentista, essas apenas reduzem o atrito que provoca o desgaste dos dentes, mas não atuam efetivamente no tratamento do bruxismo - como faz a toxina. No caso de dores orofaciais, como enxaqueca na lateral do crânio, a substância também pode ajudar. Após ser injetada no músculo relacionado à mastigação, age nas fibras musculares, relaxando a musculatura e aliviando a dor de cabeça.
Outra utilidade da toxina é a correção do chamado sorriso gengival - em que o paciente apresenta quantidade excessiva de gengiva. Isso pode ser corrigido através de uma injeção no músculo elevador do lábio superior, que impedirá que esse levante tanto na hora do sorriso, escondendo, assim, um pouco da gengiva. Esse é o método menos agressivo para tratar desse problema estético, que também pode ser resolvido através do aumento dos dentes, ou descolamento da gengiva.
De acordo com Paulo Roberto da Costa, professor de cirurgia plástica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Hospital de Clínicas da mesma universidade, a toxina botulínica tem inúmeras utilidades estéticas, odontológicas e inclusive relativas a hiperidrose - excesso de suor nas mãos, pés e axilas. No entanto, segundo o Martinelli, a substância foi liberada para os dentistas há muito pouco tempo, cinco anos no máximo, de acordo com ele. Apesar dos tratamentos serem menos invasivos, é importante que a substância seja reaplicada periodicamente - normalmente de 4 em 4 meses. Já em alguns casos, depois de dois anos seguidos de aplicação, a frequência de manutenção pode ser diminuída. Martinelli ressalta, ainda, as contraindicações da substância. “Pessoas que tomam antibióticos, que possuam doenças degenerativas musculares - como esclerose múltipla, que diminui a potência muscular - grávidas, entre outros, não devem usufruir do tratamento”, alerta.
Fonte: MSM