Teixeira de Freitas: Desde a última quarta-feira, 04 de maio, as atividades educacionais estão paralisadas no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Baiano, cujo acrônimo é IF Baiano. A paralisação, que teve início nas primeiras horas da quarta-feira, teve como pivô a suspensão de 02 alunos, que foram acusados injustamente, de acordo com o Grêmio Estudantil Lampião. Segundo consta, os alunos teriam acusado a direção do IF de estar desviando recursos destinados à merenda escolar. A direção, então, sem apresentar provas concretas e baseadas em acusações de pessoas, ainda não identificadas, suspenderam os dois alunos, desencadeando assim a revolta dos demais estudantes.
Em reunião, os alunos decidiram buscar seus direitos e demonstrar apoio aos seus colegas. Então, desencadearam uma série de reivindicações e cobranças. Em entrevista à nossa reportagem, e em nota, os alunos disseram: "Defendendo a liberdade de expressão dos estudantes, o estopim da revolta foi a suspensão de dois alunos do curso de agropecuária, que foram injustamente punidos através de uma denúncia por parte de prepostos da empresa terceirizada Atlântica, em que supostamente os alunos teriam acusado o Diretor Geral, Marcelito Trindade, de desvio de recurso financeiro destinado à aquisição de gêneros alimentícios do Campus, além de críticas sobre a instituição.”
Sensibilizados pelo caso, utilizando do argumento que a acusação não se baseia em provas, a forma injusta que a punição foi concebida aos alunos, e a falta de representatividade dos alunos nas comissões de julgamentos de suspensão, além de explorarem também outras pautas não relacionadas a estas como a falta de professores da matéria Propedêutica Física e a irregularidade na entrega de gêneros alimentícios no refeitório da instituição. O corpo discente, junto com o Grêmio Estudantil Lampião decidiu realizar a paralisação durante três dias, período que corresponde ao tempo da suspensão dos alunos acusados.
Em ressalva, vale lembrar que no dia 04 de maio, os estudantes contavam com a presença do Conselho Tutelar para avaliação do caso. Em entrevista, os alunos relataram outros pontos que levaram à paralisação, que são eles: Falta de condições higiênicas no refeitório, onde de acordo com os alunos, eles "dividem" o alimento com moscas; falta de manutenção nas salas de aula, onde vidros de janelas e o sistema de climatização estão na sua maioria danificados. Além da falta de direito ao diálogo, onde a voz dos alunos, além de não serem ouvidas, não são aceitas pela direção. Além disso, um ponto de ônibus totalmente danificado e sem cobertura e de acordo com alunos durante a noite a falta de iluminação.
Nossa equipe de reportagem, como fez na última quarta-feira, procurou a direção do IF Baiano, nesta quinta-feira, mas não fomos recebidos e nem atendidos. Com exclusividade, nossa equipe teve acesso a uma imagem registrada por um aluno, que mostra uma mosca na refeição que seria consumida pelo mesmo. E em uma outra imagem, a presença de cachorro no refeitório o que é proibido. Os alunos garantiram que a paralisação continuará até o fim da suspensão dos colegas, que será na próxima sexta-feira (06). Os mesmos ainda garantiram que lutará por melhorias e que a voz dos estudantes seja ouvida pela direção.
Por: Rafael Vedra/Liberdadenews