Essencial para colocar o carro em movimento, facilitar a mudança de marchas e parar o veículo completamente sem que ele se “apague”, a embreagem é responsável por acoplar o motor com o câmbio. Segundo o consultor automotivo Olivio Netto, a vida útil da embreagem depende das condições de uso do carro: “Um veículo que roda a maior parte do tempo na estrada sofrerá menos desgaste no conjunto de embreagem do que um veículo que roda a maior parte do tempo na cidade. O mesmo vale para motoristas cuidadosos e que sabem usar o sistema corretamente em comparação com motoristas mais descuidados. Em média, o sistema pode durar 60 mil quilômetros. Não é raro, porém, encontrar veículos com 100 mil quilômetros ou mais com o sistema operando normalmente por causa das condições de uso. Não existe uma regra nem um consenso. Alguns fabricantes recomendam uma verificação detalhada e/ou troca com 40 mil ou 50 mil quilômetros. Porém, como média, o número é de 60 mil quilômetros”, esclarece.
Vícios de direção acabam com a embreagem: De acordo com o consultor, a maneira como dirigimos está diretamente ligada ao desgaste da embreagem. “Existem também os problemas causados pelos vícios de alguns motoristas. Por exemplo, não é necessário ‘descansar’ o pé em cima do pedal da embreagem. Além de não ser necessário, não é certo. O pé esquerdo, quando não estiver em uso, deve ficar apoiado no chão. Inclusive, a maioria dos veículos possui um acabamento no assoalho específico para essa finalidade e que pode ser chamado de ‘quarto pedal’. Mesmo que o pé esquerdo fique em cima do pedal da embreagem sem fazer pressão, o conjunto sofre desgaste e ‘sente’ a pressão desnecessária. Essa prática é prejudicial e reduz, e muito, a vida útil do conjunto. Outro problema é a ‘queima’ do sistema, ou seja, a dosagem errada entre tirar o pé esquerdo do pedal de embreagem e pressionar o acelerador com o pé direito. Os motoristas devem evitar segurar o carro em ladeiras usando a embreagem. Para isso, existe o freio. Ou, para alguns, o freio de mão. É recomendável também trocar as marchas e usar os pedais com suavidade e evitando trancos. Também é desnecessário sair sempre com o motor do carro em giro alto”, orienta.
Embreagem com problema compromete outros componentes: De acordo com o consultor, se o motorista não fizer a manutenção e nem a utilização correta da embreagem, sistemas mecânicos diversos podem ser afetados. “Se a manutenção da própria embreagem for negligenciada, peças do próprio conjunto, que poderiam ser mantidas, deverão ser trocadas. A caixa de câmbio e o volante do motor também podem ser danificados”, avisa.
Sinais de desgaste: Segundo o consultor, o motorista deve prestar atenção no curso do pedal da embreagem. “O curso pode ficar mais curto ou mais longo do que o usual. Se o motorista soltar o pedal um pouco e o carro já começar a andar ou, ainda, se o carro começar a andar depois de boa parte do pedal ser aliviada (curso longo), pode ser um grande indício de problemas. Pedal com acionamento mais rígido do que o normal, trepidações, patinações e ruídos na caixa de câmbio também são sinais muito comuns de problemas no conjunto da embreagem. Se escutar um barulho de engrenagens arranhando após a troca de marchas, é necessário pedir a vistoria de um mecânico. Fumaça e cheiro forte são indicativos extremos de que você pode estar forçando muito o sistema. Ou até mesmo, ter quebrado o conjunto. Isso tudo pode ocorrer quando dizemos que o motorista ‘queimou’ a embreagem. Ou seja, houve um atrito excessivo entre o disco de embreagem e o volante do motor. É quando, por exemplo, você eleva muito o giro do motor antes de tirar o pé da embreagem para fazer o carro andar. É comum alguns motoristas fazerem esse procedimento quando o carro está parado numa ladeira”, explica o consultor.
Dica valiosa: O consultor Olivio Netto dá uma dica importante ao estacionar o carro: “Use somente o freio de mão e deixe o câmbio em ponto morto, porque caso outro carro esbarre no seu, no momento de estacionar, a caixa de câmbio e o sistema de embreagem, por exemplo, não serão forçados”.
*Fonte: R7