Ao lado dos baixos níveis de aprendizagem, a evasão escolar constitui uma das mais maiores dificuldades do Ensino Médio. Segundo dados divulgados por uma pesquisa do Instituto Ayrton Senna e pelo Instituto de Ensino e pesquisa (INSPER), 2,8 milhões de jovens – com idades entre 15 e 17 anos - não se matricularam no início do ano letivo de 2018.
Esse dado corresponde a 27% de possíveis alunos, entre os 10 milhões de jovens nessa faixa etária que deveria frequentar a escola. Além de todos os problemas que isso provoca no futuro desses jovens e para o país, a evasão e abandono escolar também implicam em prejuízo econômico de R$ 35 bilhões por ano aos cofres públicos.
Quando o aluno abandona a escola, o valor do custo sobe já que, segundo o estudo, o jovem fica mais suscetível a problemas com violência e de saúde quando está fora do ambiente escolar. O estudo também identifica algumas razões para o desengajamento dos estudantes. Entre os fatores estão: falta de interesse, qualidade do ensino, clima do ambiente escolar e a baixa resiliência emocional.
Uma proposta didática adequada aos jovens pode contribuir para que a evasão escolar diminua. “De modo geral, essa evasão, principalmente na fase do ensino médio, acontece porque os jovens de hoje em dia pensam diferente. Eles gostam de movimento, de mudança, por isso investir em uma didática mais lúdica e que insira materiais tecnológicos pode ser uma solução para esse problema”, explica Osvaldo Martin, coordenador pedagógico do Colégio Vilas, uma das 18 mil instituições parceiras do Educa Mais Brasil, maior programa de inclusão educacional do país.
Para reverter o quadro, o estudo propõe a criação de políticas públicas para diminuir o desengajamento como a garantia de acesso às escolas, principalmente para aqueles que vivem em áreas rurais ou que têm alguma deficiência, um sistema de aconselhamento, flexibilização dos horários das aulas e do modelo de avaliação.