Pesquisa sugere que seu animal de estimação realmente ama você, não necessariamente do jeito que você pensa
Não há “absolutamente nenhuma dúvida de que os animais amam”, diz Marc Bekoff, professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Colorado, em Boulder, nos EUA, e autor de The Emotional Lives of Animals. O que faz ele ter tanta certeza? Anos de observação de lobos, coiotes e outros animais em seus habitats naturais.
“Os animais nutrem um relacionamento próximo de longo prazo, compromisso um com o outro”, diz Bekoff. “Eles [animais], defendem território e comida, tem família, sentem falta um do outro enquanto estão separados.”
Esse comportamento amoroso que ele observou é apoiado por um experimento detalhado em um artigo no The Atlantic, Dogs (and Cats) Can Love. No experimento, o diretor do Centro de Estudos de Neuroeconomia da Claremont Graduate University Paul Zak coletou amostras de sangue de um cachorro e uma cabra depois de brincarem um com o outro. Ele então mediu os níveis de ocitocina dos animais, ou “o neuroquímico do amor”.
O cão teve um aumento de 48% na ocitocina, o que significa que viu a cabra como amiga. A cabra, no entanto, foi além. “Houve um aumento de 210% na ocitocina”, explica Zak. “A esse nível de aumento, dentro da estrutura da oxitocina como o ‘hormônio do amor’, descobrimos essencialmente que a cabra poderia estar apaixonada pelo cachorro.”
Os pinguins
E os animais vivem para sempre juntos, como certos tipos de pássaros? Apesar de os pinguins não se acasalarem por toda a vida, eles podem sustentar relacionamentos de longo prazo, diz Dee Boersma, o coordenador do Projeto Magellanic Penguin na Universidade de Washington. Ela observou um casal de pinguins que esteve juntos por 16 anos.
Boersma estuda por que os pinguins fêmeas, se tiverem escolha, escolherão um macho como seu companheiro em detrimento de outro, mas ainda precisam identificar um motivo. “Não temos certeza se é uma coisa comportamental ou se ela vê um ninho que ela gosta”, diz ele. Esse fator X poderia ser amor?
Smith cita uma história de aparente desgosto entre os pinguins de Galápagos. Quando um pinguim macho desapareceu, sua companheira permaneceu no ninho esperando por ele. Mesmo quando outro macho a atraiu, ela continuou a voltar para o antigo ninho.
A fêmea estava morrendo por seu amor?. “Ela estava angustiada, mas foi amor? No cérebro de um pássaro, o amor é o mesmo que o humano? Talvez não, mas isso não necessariamente torna menos como amor, apenas diferente”, explica Boersma.
Para Bekoff, não se pode dizer que o amor do cão é o mesmo que o amor humano, “mas o seu amor pode não ser o mesmo que o meu.”
*Texto publicado originalmente na Outside USA.