Você deve ter visto nas aulas de história do seu curso preparatório enem que a vida na Idade Média não era muito fácil, não é verdade? Um dos períodos mais complexos ocorreu no final do século XIII. Estamos falando da chamada “Santa Inquisição”.
Para gabaritar as questões relacionadas a esse período, o aluno precisa entender as motivações da Igreja Católica e as consequências que as decisões dessa instituição causaram na Europa. Preparado? Então, leia com atenção este artigo!
O medo de ir para o Inferno
A Igreja Católica detinha grande poder e influência na Europa do período medieval. Isso fazia com que a religião influenciasse as decisões dos chefes de estado, ditasse normas culturais e mantivesse grande influência social nos cidadãos daquele continente.
Contudo, é importante lembrar que estamos falando de muitas regiões, cada qual com a sua cultura. Por isso, durante toda a sua história, a Igreja foi padronizando a sua narrativa, de modo que as mesmas interpretações sobre a história do Cristianismo fossem difundidas, evitando várias versões.
Sendo assim, no ano de 1233, o Papa Gregório IX cria o tribunal do Santo Ofício, com o objetivo de punir heresias. Ou seja, qualquer manifestação sobre o Cristianismo ou sobre a conduta religiosa que não estivesse em conformidade com o que havia sido decidido nos concílios católicos, seria punido. Como a Igreja detinha grande poder, essa punição estava acima de qualquer outro tribunal.
É importante frisar que essa sociedade era teocêntrica. Isso significa que todo pensamento era baseado na existência de Deus, portanto, não fazia sentido contestar a Igreja, uma vez que ela era a representante de Cristo na Terra.
A lista de heresias
A Inquisição não era apenas um tribunal. Ela também atuava como uma espécie de serviço de espionagem. Seus membros frequentavam diferentes ambientes com o objetivo de verificar comportamentos que não estivessem em conformidade com os dogmas da Igreja.
Isso incluía, logicamente, outras manifestações religiosas. Portanto, manifestantes de outras religiões, como judeus e muçulmanos, foram perseguidos. Essa investigação poderia começar ao perceber que uma pessoa se recusava a comer carne de porco, já que tanto no Judaísmo quanto no Islamismo, o consumo de carne suína não é permitido.
Para combater a ascensão de outras religiões, incluindo, posteriormente, os protestantes, a Igreja contava com as forças militares dos nobres católicos.
Os sacerdotes poderiam ainda fazer uma longa pesquisa nos arquivos da Igreja para identificar se toda a ascendência de uma pessoa havia se batizado. Religiões pagãs, manifestadas pelo uso de plantas medicinais, também não eram toleradas.
Do ponto de vista comportamental, a chamada sodomia (sexo anal) ou qualquer atitude que fugisse ao padrão vigente era investigado e punido.
Além disso, falar do Cristianismo de forma a contestar a Igreja não era aceito. Joana D’arc, por exemplo, foi queimada por heresia no ano de 1412 por afirmar que ouvia as vozes de santos católicos.
O uso de tortura
Uma pessoa identificada como herege poderia ser punida de diferentes formas, dependendo da gravidade do seu ato. Existiam penalidades que ridicularizavam o fiel, fazendo-o usar máscaras de ferro por meses.
Como o castigo físico era compreendido como uma maneira de remediar o pecado, algumas pessoas eram condenadas ao autoflagelo, chicoteando a si mesmas. Todavia, a Igreja também aceitava o confisco de bens como punição.
Os castigos poderiam se tornar mais severos se a pessoa se recusasse a confessar a heresia. A confissão era obtida por meio de complexos instrumentos de tortura física e psicológica. Sendo esse, um dos traços mais marcantes da Inquisição.
Todavia, a punição mais grave que poderia acontecer era a excomunhão, já que isso condenava a pessoa ao inferno.
Agora que você entendeu o contexto e o que foi a Santa Inquisição, ficará mais fácil responder questões relacionadas a esse tema, não é mesmo?