Aos 23 anos, Victor Ramos atua como técnico em enfermagem em um posto de saúde
A maioria das pessoas sempre questiona o porquê de passarem por situações tão difíceis, mas quase todas concordam que é justamente durante um período delicado, de muita pressão e até mesmo dor, que alguns aspectos da vida começam a fazer mais sentido e se tornam muito mais valorosos, fazendo crescer um sentimento de gratidão.
Para Victor Ramos, essa mudança aconteceu logo após sofrer um acidente aos 14 anos. O mineiro que recebeu um tratamento atencioso durante o tempo que passou internado, agora retribui da mesma forma, prestando atendimento aos demais pacientes que precisam de atenção.
“O cuidado que eu recebi da equipe de enfermagem foi tão grande, que decidi me dedicar a essa área tão linda que é a enfermagem. Assim, eu poderia cuidar do próximo com toda dedicação”, diz ele hoje grato por ter superado aquela situação.
Hoje, aos 23 anos, Victor é um dos profissionais da saúde que atuam todos os dias no enfrentamento ao novo coronavírus no Brasil. Atualmente, ele atua na cidade de Rodeiro, em Minas Gerais, local em que trabalha como técnico em enfermagem em um posto de saúde.
Mas se engana quem pensa que ele parou por aí. Sua primeira formação em um curso técnico foi apenas um dos passos dessa trajetória. Apaixonado pela área, o mineiro já está no terceiro período da graduação em Enfermagem na UNIPAC, instituição onde estuda com o auxílio de uma bolsa de estudo do Educa Mais Brasil.
Para poder dar conta de todas as atividades, ele divide o tempo entre os estudos do curso de Enfermagem e o trabalho no posto de saúde. A mudança da rotina foi sentida logo após a chegada da pandemia do novo coronavírus. “Minha rotina está um pouco mudada, tive algumas alterações na minha carga horária. O cenário que estamos vivendo é outro, a forma de atendimento está diferente. As cobranças são muitas, mas vamos vencendo com profissionalismo e dedicação”, afirma o técnico.
Combate ao coronavírus
Em Rodeiro, cidade mineira em que Victor atua, até a última segunda-feira, 29, o boletim epidemiológico publicado pela prefeitura indicava 20 pacientes detectados com o vírus e um óbito. A cidade possui um cenário um tanto diferente dos apresentados por outros municípios do Brasil. Os casos são poucos, mas o jovem enfermeiro sente a tensão de estar na linha de frente da doença.
“Nunca passei por uma pandemia antes. No início, senti medo mas agora tenho segurança naquilo que faço e dou o melhor de mim para ajudar o próximo. Na região em que trabalho, a situação está "controlada", mas a gente vem trabalhando com firmeza contra a Covid-19”, afirma.
Quem trabalha na linha de frente precisa manter a atenção dobrada, não somente consigo e os demais profissionais de saúde, mas também porque há o medo de levar a doença para casa. Por isso, é preciso reforçar os cuidados durante o atendimento ao público para preservar a própria saúde. “Nós, profissionais da saúde, trabalhamos com todos os cuidados necessários para não nos contaminarmos. A maior preocupação é levar a doença até nossa família. Todo dia é um desafio maior e, muitas das vezes, não temos o reconhecimento necessário da população”, reflete Victor.
Diante desse cenário incerto, o jovem enfermeiro se mantém firme sobre a escolha que fez, sua profissão continua sendo uma certeza em sua vida. “Pra mim enfermagem sempre foi a melhor escolha. Com essa pandemia pude ver ainda mais que somos essenciais na vida das pessoas. Mesmo que o mundo esteja em colapso, precisamos estar lá, dando força e lutando contra as doenças. Sem dúvida, escolheria enfermagem, eu gosto demais do que faço”, conclui.
Agência Educa Mais Brasil