A ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármem Lúcia, determinou nesta quinta-feira, 24, a abertura de um inquérito para apurar as denúncias contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro.
A decisão atende a um pedido do procurador-geral da República Augusto Aras, protocolado na quarta-feira, 23. As diligências devem ser iniciadas em, no máximo, 30 dias.
Na decisão, a ministra afirma que a gravidade do quadro "é inconteste e não poderia deixar de ser objeto de investigação imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências, incluídas as penais".
Ela afirmou ainda que os fatos relatados na imprensa são "gravíssimos e agressivos à cidadania e à integridade das instituições republicanas que parecem configurar práticas delituosas".
"Defiro o pedido da Procuradoria-Geral da República e determino a instauração de inquérito em desfavor de Milton Ribeiro, Ministro de Estado da Educação, para apurar os fatos descritos, que indicam possível prática de crimes", escreveu a ministra.
O caso
Nesta semana veio à tona o escândalo conhecido como 'bolsolão do MEC'. Pastores sem qualquer cargo público mediavam pedidos de liberação de verbas da pasta feitos por prefeitos e condicionava ao pagamento de propina e compra de bíblias.
Em áudio divulgado pela Folha de São Paulo, Milton Ribeiro afirmou que sua prioridade era atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo lugar, os que são amigos do pastor Gilmar, por recomendação do presidente Bolsonaro.
Em entrevista à CNN Brasil, Ribeiro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro lhe pediu para receber líderes evangélicos na pasta e disse que a liberação de verbas seguem critérios técnicos.
Fonte: Atarde