Hachette anunciou o lançamento de 'A propósito de nada' para o próximo dia 7, mas recuou diante de protestos. Cineasta foi acusado de ter abusado da filha quando criança
A editora Hachette anunciou nesta sexta-feira (6) que não publicará a autobiografia do cineasta norte-americano Woody Allen, cujo lançamento estava previsto para o próximo 7 de abril, após receber uma série de críticas.
"A Hachette Book Group decidiu que não publicará as memórias de Woody Allen, intitulada 'A Propos of Nothing' ('A propósito de nada'" e "devolverá todos os direitos ao autor", disse Sophie Cottrell, porta-voz da editora.
Allen foi acusado de ter abusado sexualmente de sua filha adotiva Dylan Farrow quando ela tinha 7 anos. O cineasta nega a acusação. Duas investigações policiais sobre a denúncia concluíram que não havia evidências de Allen ter cometido o crime.
Depois que a Hachette anunciou nesta semana que publicaria o livro, 75 empregados da divisão da empresa que editou 'Operação abafa', de Ronan Farrow, filho de Allen com Mia Farrow, protestaram contra a decisão de seus patrões.
Ronan escreveu a reportagem com acusações de abuso sexual feitas por dezenas de mulheres contra o produtor Harvey Weinsten. Ele disse que não mais publicaria trabalhos pela Hachette, por discordar da decisão da editora de dar voz a Woody Allen com suas memórias. Ronan também criticou o fato de sua irmã não ter sido procurada para checagem de dados por parte da editora.
A Hachette afirmou que a decisão de suspender o lançamento do livro de memórias de Allen "foi difícil" e foi tomada "depois de prolongadas conversas com nossa equipe e outras pessoas", depois das quais concluiu que "prosseguir com o lançamento não seria viável".
Fonte: AFP