Teixeira de Freitas: O suposto confronto entre policiais da CIPE Mata Atlântica e dois jovens, ocorrido no último dia 27 de julho, ainda está gerando polêmica. Segundo a guarnição da CIPE, os policiais saíram em perseguição a dois indivíduos, abordo de uma moto CG, e nas imediações do Bairro Colina Verde, após caírem da moto, os indivíduos se levantaram e começaram a atirar contra os policiais, que revidaram. Os dois foram atingidos e socorridos pela própria guarnição ao HMTF. As vítimas eram suspeitas de terem cometido um assalto a um posto de combustível e foram identificadas como sendo Diego Gonçalves da Silva, 25 anos de idade e o menor Alan Alves Neres, 17 anos de idade.
O caso gerou um desconforto entre os policiais da CIPE e o delegado titular, Dr. Marco Antônio Neves, que segundo o mesmo, ao solicitarem as armas e todo o material envolvido no confronto, além do depoimento dos policiais que participaram do “confronto” – teve uma negativa por parte do Tenente Zuqui, que comandava a operação. Segundo o tenente, eles não poderiam deixar suas armas na delegacia, já que ainda estavam de serviço. Ainda segundo o tenente, na sequência, eles foram orientados pelo comandante da corporação, o Major França, a se apresentarem no comando, para que fosse iniciado o regular Inquérito Policial Militar (IPM).
Segundo o Major França, todos os procedimentos de praxe nestes casos (morte por intervenção policial) foram tomados, inclusive com solicitação de exames de chumbo particulado nas mãos das vítimas (exame que evidencia partículas de chumbo). Segundo o delegado Marco Antônio, foi enviado ao comandante da CIPE, um ofício solicitando a apresentação das armas e do material, além do comparecimento dos policiais para prestarem depoimentos – mas não houve retorno. “Como toda ação delituosa gera um inquérito policial pela autoridade processante, estaremos dando prosseguimento ao inquérito, que será remetido ao MP”, disse o delegado.
Com o objetivo de concluir o inquérito e tentar entender a dinâmica da ação (confronto), o delegado solicitou uma perícia no local. Na tarde desta terça-feira, 06 de agosto, os peritos do Departamento de Polícia Técnica, Dr. Marco Antônio Lima e Pablo Bomjardim, estiveram no Colina Verde, juntamente com a equipe do delegado Marco Antônio Neves. Segundo o perito Marco Antônio, foi encontrado uma mancha por acumulação, possivelmente de sangue, a qual foi encaminhada a Salvador para exames compatíveis. O perito informou também, que no local foi encontrado um buraco no chão, compatível com perfuração por projétil de arma de fogo.
O laudo de local deve estar pronto em 30 dias e o resultado dos outros exames, tanto o de chumbo particulado como o de pesquisa de sangue e outros que forem necessários, deverão estar prontos em 90 dias. Segundo o delegado Marco Antônio, foi solicitada uma pericia de local para saber se realmente houve o confronto, já que os militares se negaram a prestar depoimento. O delegado disse também, que familiares encontraram no local, uma capsula, possivelmente de fuzil, a qual foi apresentada na delegacia. O caso tem dividido opiniões. O que se espera é que o caso seja resolvido à luz da verdade e da legitimidade.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
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