O ex-presidente da Câmara Municipal de Itanhém, Roberth Caíres Ribeiro, o “Robinho Caíres”, 48 anos, foi preso no final da tarde desta quarta-feira (11/05), por força de um mandado de prisão preventiva decretado pelo juiz titular da comarca do município, Francisco Moleda de Godoi. A representação da prisão foi do titular da Polícia Civil no município de Itanhém, delegado Jorge Nascimento.
O pedido da prisão se deu depois da Polícia Civil descobriu evidências que o ex-presidente da Câmara, Roberth Caíres Ribeiro estava ameaçando de morte um rapaz que há cerca de 30 dias sofreu um atentado no interior do município, na fazenda onde reside, quando os disparos terminaram acertando a sua tia com dois disparos na cabeça, que após uma intervenção cirúrgica conseguiu sobreviver. O ex-vereador é acusado de ter sido o mandante do crime e agora é acusado também de continuar ameaçando a vítima em ir consumar a sua execução.
O ex-vereador teria encomendando o crime porque havia julgado que o rapaz teria sido a pessoa responsável por mandar a sua irmã a ir embora para fora do Brasil. Esta moça teria um caso amoroso com o ex-vereador e a família dela não aceitava o namoro com o ex-parlamentar e a moça também estaria querendo se livrar do relacionamento e não conseguia e, então optou em sair do País. O ex-vereador teria deduzido que o rapaz havia patrocinado a viagem da irmã e então encomendou a sua morte, mas durante a ação o pistoleiro errou o alvo e alvejou com 2 tiros uma mulher que tentou defender o sobrinho, que depois de socorrida resistiu o atentado e conseguiu escapar com vida.
Agora, conforme a Polícia Civil, ele estaria ameaçando o irmão da ex-namorada novamente, inclusive com intimidações de textos pelo celular em que ameaçava o rapaz para providenciar com brevidade a volta da irmã ou definitivamente perderia a vida. E a Polícia Civil teria conseguido subsídios suficientes das ameaças e ainda teria conseguido provar que ele teria sido o mandante do homicídio tentado. Quando o delegado acabou pedindo a prisão do ex-vereador e a justiça acabou decretando a sua prisão preventiva.
Índole
Roberth Caíres Ribeiro, o “Robinho Caíres”, 48 anos, embora já tenha se envolvido em várias polêmicas e vai a prisão pela segunda vez, trata-se de um homem de boa relação com a sociedade regional e muito querido pela população de Itanhém. Filho de uma família tradicional e tendo ocupado o cargo de vereador por duas gestões no município, Robinho Caíres sempre se destacou pelo seu perfil servidor e prestativo com as causas da sua população, especialmente pela sua atenção com o povo mais pobre. E, ao mesmo tempo em que se trata de um homem manso e carinhoso com as pessoas, ele é dono de um temperamento muito forte e não possui histórico que já tenha fugido de alguma briga e é habituado a reagir às acusações e aos ataques sofridos.
Prisão anterior
No final da tarde de sexta-feira, do dia 21 de setembro de 2012, policiais militares prenderam Roberth Caires Ribeiro, cumprindo um mandado de prisão em seu desfavor, expedido pela então juíza substituta da Comarca de Itanhém, Andréa Gomes Fernandes Beraldi. Dois dias antes da prisão de Robinho, no dia 19 de setembro de 2012, o então juiz titular de Itanhém Ricardo Costa e Silva concedeu uma entrevista à imprensa declarando de público que ele e um oficial de justiça da comarca estavam sendo ameaçados de morte e acusou indiretamente a pessoa de Robinho Caíres.
Na época o magistrado indeferiu o registro de candidatura do então vereador, nas eleições municipais de 2012, baseado na Lei da Ficha Limpa, o qual “Robinho Caíres”, foi condenado pelo mesmo magistrado, pelo crime de uso de falso documento público.
Robinho recorreu da decisão, junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Bahia e conseguiu uma liminar, expedida pelo juiz especial Cássio Miranda (ouvidor do TRE), datada de 20 de julho de 2012, cujo documento lhe permitiu o uso de propagandas eleitorais, enquanto não houvesse decisão definitiva quanto ao deferimento de sua candidatura.
Entretanto o Tribunal Regional Eleitoral cassou a liminar e Robinho teria que retirar das ruas todas as propagandas eleitorais relacionadas à sua candidatura, fato não obedecido pelo mesmo, o que levou o juiz Ricardo Costa e Silva a se declarar vítima de desobediência e ameaça de morte, tendo a sua colega magistrada, optado pela prisão preventiva do vereador. Na época da prisão, Robinho Caíres era presidente da Câmara Municipal de Itanhém e o seu vice assumiu o cargo.
Outra Condenação
Quatro dias depois da sua prisão, no dia 25 de setembro de 2012, a então juíza substituta da comarca de Itanhém, Andréa Gomes Fernandes Beraldi, proferiu uma outra sentença condenatória em desfavor de Robinho Caíres. Desta vez foi uma condenação sobre um outro processo, cujo delito imputado a ele foi descrito no Artigo 339 do Código Penal Brasileiro por Dolo na Denunciação Caluniosa em que o réu acusou o delegado Jorge Nascimento de recebimento de propina e foi condenado porque não havia conseguido anteriormente em instrução criminal provar a acusação em juízo.
Soltura
Nove dias depois da sua prisão, Robinho Caíres é solto da carceragem da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, para onde havia sido trazido, graças a um hábeas corpus concedido pelo desembargador Jefferson Alves de Assis, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. E ao retornar para casa em Itanhém, ele foi recebido com festa no trevo da cidade por uma multidão que lhe carregou nos braços até o centro da cidade e lhe exibindo faixas de apoio e com dizeres insultando o então juiz da cidade por processá-lo e persegui-lo.
Por: Athylla Borborema/TN