Teixeira de Freitas: Após 16 horas de debates entre defesa e acusação, chega ao fim o julgamento (Júri Popular) de Ismael de Jesus Morais, 30 anos, acusado de violentar, assassinar e ocultar o cadáver da adolescente, Cassiane Lima dos Santos, na época com 15 anos de idade, crime ocorrido em 27 de novembro de 2014, no Bairro Cidade de Deus. O Júri foi presidido pelo experiente Juiz Dr. Argenildo Fernandes e teve o promotor Dr. Gilberto Ribeiro, Campos como representante do Ministério Público.
A defesa do acusado foi representada pelos defensores públicos, Dr. Emerson Halsey e Dr. Hamilton Almeida. O Júri foi composto por 07 pessoas da comunidade, entre homens e mulheres, maiores de 18 anos, que devem permanecer todo o tempo do julgamento nas repartições do fórum, sem nenhum contato externo. Os jurados podem conversar entre si, mas, não podem, em hipótese alguma, discutir questões referentes ao caso que está sendo julgado por eles, de forma a decidir de forma totalmente imparcial.
O Ministério Público defendeu a tese de homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, asfixia e emprego de recursos que dificultaram a defesa da vítima), além de ocultação de cadáver. Já os defensores públicos, a princípio, tentaram tipificar o crime como lesão corporal seguida de morte. Depois defenderam a tese de crime privilegiado, defendendo que o acusado agiu por violenta emoção, frente à injusta provocação da vítima. Por fim, a defesa tentou desqualificar o crime, levando para um homicídio simples.
O julgamento começou por volta das 09h00, e após longos depoimentos, debates, réplica, tréplica, os jurados votaram em uma sala secreta e julgaram o réu como culpado. Por volta das 00h40, desta terça-feira, 05, o Dr. Argenildo Fernandes proferiu a sentença e leu a sua decisão. Ismael foi condenado a 22 anos e 06 meses de prisão, a ser cumprido no regime inicialmente fechado, além de 50 dias multa.
Informações dão conta de que a defensoria já entrou com recurso para redução da pena. O júri foi acompanhado pela família e amigos da jovem Cassiane, e os mais emocionados foram o pai e a mãe da jovem, que se abraçaram ao fim do julgamento. Para o defensor público, Hamilton Souza, a pena foi injusta. Para a acusação, a justiça foi feita e a prisão e elucidação do crime, só foi possível após um belíssimo trabalho feito pelas delegadas Drª. Andressa Carvalho e Drª. Kátia Cielber, que estavam à frente da DEAM na época do crime.
Ao fim do julgamento, Ismael foi recambiado para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, onde continuará preso. Devido ao longo julgamento e desgastes, nossa equipe não conseguiu gravar entrevista com o magistrado, Dr Argenildo e nem com a família de Cassiane, e vamos tentar contato para saber o que a família achou da sentença.
Por: Rafael Vedra/LiberdadeNews
Fotos: Wesley Morau/OSollo