Teixeira de Freitas: O vereador Antônio Marques Ferreira da Silva, o “Toinzinho” (PROS), usou a tribuna livre em seu pronunciamento na Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, na manhã desta quarta-feira (16/05), para criticar duramente a equipe de jornalismo da casa, que teria chegado atrasada a um evento que promoveu durante toda a manhã de terça-feira do dia 8 de maio passado, no bairro Nova América, onde lançou um programa denominado “Garotos do Futuro”, que trata-se de um projeto pessoal seu na área do esporte.
A crítica do vereador não foi pelo trabalhado realizado pelo pessoal da Assessoria de Imprensa e sim pelo atraso da equipe que segundo ele, teria que estar lá às 08h. Contudo, a equipe do Liberdade News foi apurar a situação e verificou no ponto eletrônico da Câmara Municipal que as equipes escaladas, da TV Câmara e da Rádio Câmara 90,9 FM, estavam à disposição às 07h45 – mas o combustível para o carro que as levariam só foi liberado pela direção administrativa às 09h. O veículo saiu do centro e ainda foi na zona oeste abastecer e depois atravessou a cidade e chegou ao local do evento na zona leste teixeirense, às 09h30 – no entanto, quando as equipes chegaram, o evento ainda não havia começado e nem os convidados também tinham chegado. Tanto que a transmissão da Rádio Câmara só começou às 10h, tendo havido excepcionalmente uma cobertura específica no horário, tanto que no dia, o programa “A Voz do Cidadão” nem foi levado ao ar em atenção especial ao evento do vereador Antônio Marques.
Nada seria tão grave se o vereador 8 dias depois tivesse usado a tribuna da casa no momento que era transmitido para 13 municípios do extremo sul da Bahia, não só para criticar as equipes, mas para intimidar os profissionais e covardemente agredir com tamanha indelicadeza uma figura feminina e ao ponto de citar o nome de uma repórter que é casada, mãe e excelente profissional, como se culpa tivesse do atraso da chegada da equipe e como se o atraso da imprensa tivesse alterado alguma coisa no evento dele que nem ainda havia começado e, também como se ele tivesse o direito de pautar o trabalho jornalístico da equipe. Entretanto, o Liberdade News também apurou que a revolta do parlamentar se deve à ausência das autoridades convidadas por ele que não compareceram ao evento e nem houve prestgio da população local.
O Liberdade News ligou para o diretor de Comunicação Social da Câmara Municipal, jornalista Athylla Borborema e quis saber o sentimento da casa em torno da postura repugnante do vereador Antônio Marques – segundo o diretor, o pronunciamento do parlamentar pegou todos de surpresa, inclusive os próprios vereadores. Ele informou que a equipe de imprensa chegou ao evento do vereador Antônio Marques na manhã de terça-feira do dia 8 de maio, às 09h30, onde a equipe da TV Câmara registrou o evento para a produção de um documentário, a equipe da assessoria de imprensa produziu e publicou matéria jornalística no site oficial da casa e a equipe da Rádio Câmara 90,9 FM cobriu o evento e manteve o vereador Antônio Marques e seus convidados no ar durante meia hora das 10h às 10h30 e, ainda produziu reportagens para os programas jornalísticos da Rádio Câmara FM.
“Quero acreditar que o vereador não tenha expressado em tom de agressão ou intimidação a equipe de imprensa da casa, ainda quero acreditar que ele tenha tomado esta postura apenas por falta de conhecimento. O nosso papel como assessor de imprensa é proteger o mandato do vereador e zelar pela imagem do parlamentar, mas isso não dá o direito e nem a ousadia de nenhum assessorado em agredir, intimidar ou ordenar a pauta de uma equipe de imprensa, porque profissional de imprensa é igual em qualquer lugar, independente do órgão que ele esteja atuando ‘ele apenas pergunta, ouve e se atenta as sugestões, mas a forma como ele deverá publicar é um direito constitucional exclusivo do jornalista’. Os jornalistas e radialistas são os olhos e os ouvidos da sociedade e a eles são asseguradas as prerrogativas da fé pública e, a única satisfação que eles deverão dar, é a sua própria consciência”, disse Athylla Borborema.
E acrescentou: “A equipe de imprensa da Câmara Municipal tem a obrigação de atender o vereador em suas demandas e até sair do espaço da Câmara para atender o parlamentar em suas atividades externas quando requisitada com antecedência mediante ofício, mas quem decide como a cobertura será feita, o momento certo de realizá-la, como e quando publicar as produções realizadas é o editor de cada departamento jornalístico da casa”, explicou Borborema.
E ainda lembrou que a atual composição da Câmara Municipal é a melhor de todos os tempos com parlamentares comprometidos e estudiosos, onde dos 19 vereadores, 12 possuem cursos superiores, inclusive com dois doutores na bancada, e que todos mantém uma relação amistosa e parceira com o pessoal técnico da Diretoria de Comunicação Social e dos veículos de comunicação da casa. Inclusive os setores sempre tiveram uma interlocução afinada com assessoria do gabinete do vereador Antônio Marques. E, quanto, ao fato perpetrado por ele na tribuna da casa, deixou todos os profissionais da comunicação perplexos e vitimados com a atitude.
O presidente da Associação de Imprensa do Extremo Sul da Bahia, jornalista e radialista Edvaldo Alves, declarou que não se pode admitir em nenhuma hipótese qualquer tipo de insinuação, intimidação ou agressão ao um profissional de imprensa, porque quem assim o faz é criminoso. “Perguntamos até quando nós profissionais de imprensa vamos ter de conviver com ameaças, intimidação, agressões e assassinatos de jornalistas e radialistas? E na maioria das vezes estes crimes são praticados pelas próprias autoridades. O vereador Antônio Marques possivelmente está sem assunto para utilizar o seu mandato em favor da cidadania ao ponto de atacar covardemente uma equipe de imprensa do Poder Legislativo. Ou talvez agiu acreditando na impunidade, bem no dia em que 4 acusados de encomendar o assassinato do radialista Ronaldo Santana foram absolvidos pelo tribunal do júri em Eunápolis. E confiante mais ainda no exemplo de Teixeira de Freitas, onde se mata jornalistas a tiros em plena via pública e sempre termina em nada, como ocorreu com os colegas jornalistas Ivan Rocha e Jel Lopes. Talvez seja este um dos motivos que o vereador Antônio Marques se sente no direito de tentar atacar e desmoralizar uma equipe de imprensa, que ao próprio serviu”, concluiu Edvaldo Alves.
Por: Redação do Liberdadenews
