Teixeira de Freitas: A equipe de reportagem do Liberdade News esteve na manhã deste sábado dia 22 de agosto na delegacia e conversou com a senhora Elisângela Inácio Pereira, e com o seu advogado, Lucas Machado. Os dois falaram sobre o homicídio ocorrido nesta sexta-feira, 21 de agosto, no KM 872 da BR 101. O corpo da vítima, identificado como sendo, Mauro Pereira Silva, de 56 anos, foi encontrado por populares, em uma drenagem fluvial às margens da BR 101. A senhora Elisângela se apresentou com seu advogado e assumiu ter sido a autora do homicídio, e explicou os fatos à Polícia Civil.
Segundo a Elisângela, o Mauro chegou na sua casa na noite de quinta-feira (20), e pediu um copo de água e um prato de comida. “Ele não chegou a entrar em casa, ficou pelo lado de fora. Eu dei a água, fiz um prato de comida, ele comeu, e veio trazer o prato. Como eu fico só com meu esposo a noite, eu fico à vontade. Ao invés dele entregar o prato, ele jogou, e ainda veio com a mão para pegar em minhas partes íntimas. Eu chamei a atenção dele, e ele veio para cima de mim para mim agarrar” explicou a Elisângela.
“Ele pegou um facão e veio para cima de mim para poder abusar de minha pessoa. Eu peguei uma chave e acertei ele. Meu esposo estava passando mal, ainda mais depois da situação, aí eu fui dar as medicações dele. Depois, sozinha e Deus, eu puxei o corpo para a beira da pista para ver se passava alguém para dar socorro, mas, ele escorregou e caiu dentro da vala. Eu sozinha não consegui tirar ele de lá. Eu chamei meu filho para pegar meu esposo que estava passando mal. Meu filho nem viu o corpo, só levou meu esposo em um táxi”, acrescentou.
“Eu estou arrependida pelo fato, mas, foi por pura defesa da minha honra, da minha vida e do meu esposo. Se ele me mata, depois ia matar meu esposo que é acamado, e ninguém ia ficar sabendo. A senhora Elisângela explicou ainda que a enxada foi usada para retirar o sangue que ficou na terra, para que o seu cachorro não ficasse lambendo o sangue. Segundo o advogado da acusada de homicídio, Lucas Machado, foi um incidente que pode acontecer na vida de qualquer pessoa, pois, sua cliente é uma pessoa de boa índole, trabalhadora, sem envolvimento em nada ilícito, e que agiu para defender sua vida, sua honra e a vida do seu esposo.
“Não devemos julgar as pessoas pelo senso comum, aquele julgamento de que ‘ela matou deve ser incriminada’. O Código Penal determina como Legítima Defesa, aquele que usa o meio moderado para se livrar de uma agressão, como foi o que aconteceu. Na verdade, ela é quem foi vítima. A vida dele foi ceifada, mas, por um motivo causado por ele (o agressor). Não podemos olhar para dona Elisângela como assassina, mas, sim uma senhora que usou os meios necessários para defender seu lar, sua vida e a de seu esposo acamado. Fui contactado, expliquei toda a situação, e a orientei a se apresentar”, explicou.
O advogado reforçou a informação dada pela Elisângela de que ela não conhecia o Mauro, apenas atendeu ao seu pedido de comida. “O indivíduo chegou na residência dela e tentou contra ela. Em momento algum ela premeditou tirar a vida de alguém, tanto que ela está muito tranquila em relação a isso. Ela ainda tentou pedir socorro para ajudar a vítima, mas, as coisas fugiram do controle, e qualquer pessoa em uma situação dessa, fica sem saber o que fazer, se apavora. Só reforço, não olhem para Dona Elisângela, como uma assassina, mas como uma dona de casa, que agiu em legítima defesa da honra e da vida”.
O delegado Bruno Ferrari disse que recebeu a senhora Elizângela, que compareceu na presença do seu advogado, o qual a instruiu a se apresentar. Ainda segundo o delegado, a tese da defesa invoca uma legítima defesa, pois ela teria usado os meios necessários para repelir uma injusta agressão, que segundo ela, a vítima tinha intenção de abusar sexualmente dela. “Vou analisar todas essas questões, e investigar mais a fundo para remeter o processo à Justiça. São dois homicídios registrados em Teixeira neste mês de agosto, e os dois, praticamente elucidados. Homicídios esses sem relação com grupos de traficantes”, explicou o delegado.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
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