Teixeira de Freitas: A receptação de veículos roubados movimenta um extenso mercado criminoso. Que começa pelo assalto à mão armada, muitas vezes com tortura ou morte da vítima e vai até o seu resultado final, que é o comércio ilegal de produtos com altos níveis de lucro, gerando uma série de crimes como lavagem de dinheiro; falsificação de documentos; enriquecimento ilícito; formação de quadrilha e outros. O fato de ser considerado pelos legisladores brasileiros como um crime contra o patrimônio de potencial leve e menos ofensivo, – relativamente pelo aspecto de não envolver a ação direta contra a vítima com ou sem violência – tem incentivado o aumento dessas práticas criminosas e consequentemente gerado diversos transtornos à sociedade.
O fato acontecido em nossa região, que começou desde a última quinta-feira (17), quando dois elementos armados abordaram o motorista de uma carreta carregada de sacas de café (em pleno transito na BR 101 – em Itamaraju) e culminou na prisão do empresário e proprietário da Oficina AG Vitória, Antônio José Almeida da Vitória, por receptação – chamou a atenção de todos e levantou os holofotes para diversos questionamentos, inclusive a participação de um despachante da cidade no processo de regularização de documentação de veículos adulterados.
As informações que temos até agora, quarta-feira, 22 de agosto, é que o proprietário da oficina, já citado acima e, seus supostos funcionários: Marco Antônio Luiz Melgaço, Raimundo Sergio da Costa e Lindomar de Jesus Fernandes foram autuados pelo crime de receptação, baseado no art. 180 do Código Penal e, encontram-se custodiados na cadeia pública da 8ª COORPIN, à disposição da justiça. Já o locatário do galpão ainda não se apresentou à polícia para prestar esclarecimentos.
Desde a prisão dos mesmos – na tarde de sexta-feira (18), quando a carreta foi localizada através de um rastreador via satélite, na oficina “AG Vitória” e em seguida foi encontrado pela polícia um depósito, no bairro Jardim Liberdade, onde estava escondida a carga de café – que a polícia civil vem intensificando as investigações no intuito de desarticular essa quadrilha, chegando a todos os envolvidos, inclusive identificando e prendendo os assaltantes que vem provocando terror aos motoristas da região. As investigações estão a cargo dos delegados, Drª. Waldiza e Dr. Marco Antônio, sob coordenação do delegado Dr. Marcos Vinicius.
A tecnologia via satélite do rastreador localizou o veículo roubado; a operadora de seguro informou à Polícia Militar, que prendeu os acusados, localizou o depósito e passou o procedimento para a Polícia Civil, que autuou os acusados e está investigando todos os fatos. Com o direito constitucional (de permanecerem calados e não produzirem provas contra si mesmos), os acusados poderão não colaborar muito. Fica claro que a solução está numa maior rigidez a esses crimes pela justiça e maior investimento em tecnologia, que a exemplo do rastreador, cumpriu bem o seu papel.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews