Teixeira de Freitas: Com a morte do Sr. Marinho Cardoso dos Santos, de 82 anos, o caso ganhou grande repercussão e um volume significativo de acessos nas redes sociais. Na manhã desta segunda-feira, 12 de agosto, a equipe de jornalismo do Liberdade News ouviu membros da família da vítima e visitou o Consultório de Terapia Holística na Rua Etiópia, no Bairro Ulisses Guimarães, mas encontrou o local fechado. "Trovão" não está realizando atendimentos em Teixeira de Freitas.
Erilene Souza Oliveira, nora da vítima, relatou: "Saímos da nossa residência no Assentamento Rosinha do Prado e, ao chegarmos em Teixeira de Freitas, encontramos ele inconsciente. Acompanhei-o até a UPA em uma unidade do SAMU. Assim que deu entrada na Unidade de Saúde, passei todas as informações ao médico plantonista. O Sr. Marinho tinha ido a uma clínica clandestina, e nós, familiares, não sabíamos que ele estava frequentando esse local."
Ela acrescentou: "Falei para o médico que ele tinha ido à clínica fazer um procedimento. Essa pessoa, que diz ser médico, aplicou uma substância nele que não sabemos até hoje o que é. Estamos esperando os resultados dos exames e da biópsia. O médico disse que nunca tinha visto uma situação assim: a pressão não estabilizava e a diabetes, que ele não tinha, surgiu inesperadamente devido aos medicamentos aplicados."
Erilene também mencionou que a quantidade de medicação aplicada teria provocado um suposto AVC no cérebro do Sr. Marinho. "Há três meses, ele foi para Vitória/ES, fez uma bateria de exames e estava bem. Estamos reivindicando justiça para que não aconteça com mais ninguém o que aconteceu com o Sr. Marinho, uma negligência de uma pessoa que não sabemos se é médico."
O filho do Sr. Marinho, Carlinhos Cardoso dos Santos, afirmou: "Meu pai saiu de casa em bom estado de saúde, foi à feira de quarta, comprou seu requeijão e farinha, como de costume, e voltou para casa no Bairro Tancredo Neves. Depois, foi para essa clínica. De lá, saiu desacordado, praticamente sem se mover. Até para sair do carro, precisou chamar os vizinhos para ajudar."
Ele continuou: "Ele não é um médico, é um assassino. Como pode fazer um procedimento desses? Ele não tem nenhum diploma de competência para mexer dessa forma com meu pai, que chegou cheio de hematomas nas costas. Ele passou mal, foi enviado para a UPA e não melhorou nada. Mandou meu pai desacordado, dizendo que a anestesia ia passar no caminho. Os socorristas do SAMU aplicaram uma medicação para reação dos sintomas, mas nada adiantou."
Carlinhos concluiu: "Todos os procedimentos feitos em meu pai foram sem a autorização da família. Queremos justiça. Do jeito que ele fez com meu pai, vai fazer com mais gente. Temos testemunhas de que ele estava atendendo mais três pessoas. Com a fé que tenho em Deus, vai ter justiça."
A Polícia Civil, através da Dra. Katia Guimarães, continua as investigações e aguarda exames específicos que darão mais notoriedade ao caso.
Entenda o Caso:
A Polícia Civil de Teixeira de Freitas investiga a morte de Marinho Cardoso dos Santos, de 82 anos, ocorrida após um atendimento em uma clínica de terapia holística. O idoso, que segundo familiares estava bem de saúde antes da consulta, faleceu na UPA após apresentar uma parada cardiorrespiratória.
De acordo com a investigação, o terapeuta, conhecido como "Trovão", teria administrado medicamentos ao idoso sem o conhecimento e autorização da família. O profissional relatou ter aferido a pressão e a glicemia do paciente e, por estarem elevadas, ministrado insulina natural e um medicamento para pressão alta.
Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews