A desativação da carceragem da cadeia pública de Eunápolis voltou a ser debatida, na manhã desta quinta-feira (6), por delegados, escrivães, investigadores e demais agentes da Polícia Civil. Eles alegam que há uma desvio de função, já que são forçados a cuidar dos detentos, quando deveriam estar exercendo seu papel constituição, que é investigar crimes.
O descontentamento dos policiais aumentou depois da ativação do conjunto penal do município. Segundo eles, nem todos os presos foram transferidos para o presídio. Ainda existem 47 na cadeia. Um policial, que pediu para não ser identificado, declarou que o trabalho deles é em ambiente insalubre, com exposição a diversas doenças contagiosas, já que existem encarcerados com tuberculose e hanseníase.
Na reunião - que também contou com a presença de membros do sindicato da categoria, os servidores da Polícia Civil decidiram encaminhar um documento ao juiz da Vara de Execuções Penais e a algumas entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pedindo apoio para a causa. Enquanto isso não acontecer, os agentes da Polícia Civil disseram que alguns benefícios dos presos estão suspensos, como visitas de familiares e advogados, banho de sol, entrega de alimentação extra. 'Atendimento médico, só se for feito pelo Samu. Não vamos enviar ninguém para o hospital', declarou outro agente, que também não quis ter o nome revelado.
Outro problema destacado pelos policiais civis foi a falta de servidores nas delegacias que compõem a 23ª Coorpin (Coordenadoria de Polícia do Interior). Em Itagimirim, por exemplo, não há delegado e escrivão. Somente um agente cuida da carceragem. Em alguns municípios, os carcereiros são servidores municipais, cedidos pelas prefeituras. E em fim de mandato, vários prefeitos estão atrasando o pagamento de salários, como é o caso de Itabela, onde os carcereiros ameaçam entrar em greve.
Fonte: Radar64