Teixeira de Freitas: O juiz Argenildo Fernandes dos Santos, titular da vara da infância e juventude, deixou para anunciar na segunda-feira 14 de janeiro, a sentença que decidirá os destinos dos dois menores que participaram da morte do estudante Átila Pereira Vieira, de 17 anos, fato ocorrido em 07 de dezembro de 2012, próximo ao Fórum local.
O crime que chocou amigos, familiares, estudantes e a comunidade teixeirense, aconteceu pouco depois que o estudante Átila saiu da sala de aula e caminhava para sua casa, que fica no bairro Nova América, sendo interceptado por um outro estudante do Colégio Democrata Rui Barbosa, de 16 anos, que armado de um revólver, que ele teria pegado com um colega de 17 anos, interceptou Átila e efetuou cerca de quatro disparos que lhe ceifaram a vida.
Durante a sexta-feira 11 de dezembro, foi realizada a audiência para oitiva tanto dos acusados, quanto de testemunhas e também advogados de defesa e acusação, sendo apresentadas pela defesa dos dois acusados do crime, todas as alegações para possível absolvição dos acusados, o Ministério Público também apresentou todas as provas existentes contra os dois acusados.
Ao final da audiência ao ouvir do representante do Ministério Público, o Promotor de Justiça Fábio Pretti, e do advogado de defesa do adolescente que teria emprestado a arma para o crime, o pedido para que o mesmo não fosse enviado à Salvador; assim falou o juiz Argenildo Fernandes “Não Podemos Banalizar a Vida dessa Forma”, não posso aqui admitir que dois menores que contribuiu para um crime tão bárbaro, fiquem no seio da sociedade como se nada tivesse acontecido, concluiu o juiz.
Apesar de não anunciar a sentença, o juiz acabou deixando entender que deverá mandar os dois menores para cumprir medidas socioeducativas em Salvador, onde ficarão na Fundação Casa, sobre cuidados de psicólogos e terão oportunidades de aprender uma profissão e voltar ao convívio com a sociedade.
Já era por volta das 22 horas da sexta-feira 11, quando conversamos por telefone com a mãe de Átila, Miriam Barbosa Vieira, que ainda estava muito emocionada com os acontecimentos da audiência e chocada com o que aconteceu ao seu filho, que era filho único. Para ela, ver seu filho morto foi como se tivesse morrido junto com ele.
“Minha vida deixou de existir aquele dia, vou passar o resto da minha vida sem poder ganhar um abraço do meu filho, que foi assassinado de forma irresponsável”, dizia dona Miriam.
Ela ainda nos contou sobre os projetos do seu filho para 2013, ele que pretendia entrar para o corpo de fuzileiros navais, já tendo o mês de fevereiro como marcado para sua apresentação em Porto Seguro. “Mas todos os sonhos do meu único filho, foi sepultado junto com ele, o que me resta agora é um grande vazio ao lembrar dos sonhos do meu filho”, disse dona Miriam
Apesar de abatida com tudo que aconteceu, dona Miriam não deseja que aconteça aos dois assassinos do seu filho, o mesmo que aconteceu com seu pequeno Átila, ela voltou reafirmar, “não quero que ninguém toque a mão neles, quero apenas que justiça seja feita”, “Eu acredito na justiça de Deus e dos homens”, concluiu dona Miriam.
Por: Jotta Mendes/reportercoragem