Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem recebeu um e-mail, relacionado a uma “Carta Denúncia”, enviada por um internauta do Liberdade News. O autor do e-mail faz uma denúncia acerca dos abusos promovidos pelas funerárias, quanto aos preços cobrados pelos serviços prestados aos familiares, além de outras irregularidades. O assunto é de extrema relevância e não poderíamos deixar de tornar público estas práticas abusivas, pelas quais estamos sujeitos a sermos vitimas, em um momento de grande fragilidade.

As pessoas de um modo geral, quase nunca dão a devida atenção aos preços praticados pelas funerárias desta região, isto porque, independente da sua classe social, sempre são pegas de surpresa num evento de falecimento de um ente querido. Algumas destas famílias podem até mesmo não saberem como agir ou resolver a burocracia envolvida naquele momento difícil da perda. Ai entram em ação os AGENTES FUNERÁRIOS, com aquele sentimento de solidariedade, oferecendo serviços, que vão desde a remoção do corpo a até o próprio sepultamento – com toda a documentação legal resolvida.

Até então sem problema, não fosse o fato de haver uma associação entre as funerárias na questão dos preços praticados neste mercado seleto que, somente eles conhecem – que poderíamos chamar de “cartel” (grifos nossos). Estou falando aqui com base em depoimentos e conversas informais entres os próprios agentes funerários que, geralmente ficam de plantão na entrada do Hospital Regional de Teixeira de Freitas/BA e, sem demonstrarem nenhum segredo, comentam entre si os seus feitos nesta atividade sombria, que funciona da seguinte maneira:

O preço de uma urna mortuária simples custa em média e dentro da realidade, nada mais do que R$ 700,00 reais, entretanto, os agentes cobram das famílias do falecido valores acima dos R$ 2.000,00 reais. Conforme o tamanho da dor destas pessoas, os preços podem ser maiores ainda, chegando fácil aos R$ 4.000,00 reais. Não consegui descobrir, ao ouvir disfarçadamente as conversas entre estes agentes, no pátio do HMTF, como funciona o rateio dos lucros absurdos que eles extorquem das pessoas. Mas sei que se trata de um negócio ilegal em nível de “estelionato”. Além de crime contra a economia popular, segundo o Código do Consumidor.

Não bastando tudo isto, os AGENTES FUNERÁRIOS ainda aliciam as famílias de vítimas fatais, ou não, de acidentes de trânsito a serem contratados para dar providência ao Seguro DPVAT. Pois, eles possuem todos os meios e informações precisas de como encaminhá-lo sem nenhum envolvimento dos familiares da possível vítima de acidente de trânsito. Estes agentes funerários conhecem perfeitamente a burocracia envolvida, além de como e onde adquirir o laudo médico necessário, cujo conhecimento se este é fraudado ou omisso à realidade não tenho informações. Mas, sei que eles conseguem tudo e, claro, cobrando uma taxa de honorários “bem modesta” por isto.

Algumas vezes, por causa da dor da perda e a emoção de uma tragédia recém acontecida, as famílias não percebem que estão vulneráveis e depois descobrem que deram detalhes e informações da vítima a um vigarista, fazendo-o receber para si próprio o seguro inerente daquele sinistro. Para o requerimento do DPVAT é o bastante um laudo médico que indique, entre outras informações do acidente, o percentual (%) de comprometimento da capacidade funcional do corpo ou membros do acidentado, inclusive, se for o caso, a causa da morte. Anexa-se a este, cópias de RG, CPF, B.O Policial, Documentos do veículo envolvido com a apólice do Seguro Obrigatório; um comprovante de residência e uma conta bancária para o recebimento monetário. Assim, então, ficará tudo pronto para a entrada do sinistro e sua indenização.

Devido já ter sido vítima por 3 vezes deste mesmo golpe, fazendo uso das minhas obrigações de cidadão e podendo ser solidário às inúmeras outras vítimas destes “agentes da morte”, venho tornar público através do presente, esta prática abusiva e ilegal da máfia das funerárias de toda a Região Sul e Extremo Sul da Bahia, pulverizando de informações úteis e capazes de dificultar ou até mesmo deter a ação destas pessoas. Pois, um serviço funerário, além de poder prestar serviços de grande importância para a comunidade, deve ser visto também como um amigo solidário do povo e não como um inimigo deste.

Este informativo tem o propósito de denunciar os problemas graves ocorridos por trás dos bastidores de um falecimento e, ao mesmo tempo, ajudar a limpar ao máximo possível a imagem daqueles que praticam a legalidade e o bom serviço funerário – o que lhes proporcionará o devido mérito e valor a quem desta área por direito tiver.

Com os meus melhores cumprimentos,

Adalto Sena de Araujo / adalto.sena@ig.com.br