Foi um trabalho exaustivo. Uma vasta área de matagal foi vasculhada, com apoio de funcionários da prefeitura, que cortaram toda a vegetação. Foi usado também um detector de metal. Por volta do meio dia, o celular foi localizado.
Para o delegado Rodolfo Faro, o achado é importante porque confirma a confissão realizada por Erasmo, de que o celular estaria no local do crime.
‘Só a pessoa que cometeu esse delito teria condições de informar o verdadeiro local onde o aparelho poderia ser encontrado’, frisa Rodolfo, que deu o caso por acabado. O delegado agora vai concluir o inquérito policial e o despachar para a justiça, indiciando Erasmo por estupro e homicídio qualificado.
Em entrevista ao RADAR64, o criminoso contou que raptou Ana Manoela na Rua da Linha, no Moisés Reis, e a levou na garupa de sua bicicleta ao loteamento. ‘Eu a levei para debaixo daquela árvore, a estuprei e depois a matei com duas pedradas na cabeça, contou Erasmo, com bastante tranquilidade.
Ainda de acordo com o assassino, Ana Manoela foi deixada no local, se debatendo, e o celular foi jogado na capoeira. ‘Fui pra casa, por volta das 18h, tomei banho e depois fui jantar na casa de uma menina no Moisés Reis’, falou.
Indagado pela reportagem porque foi tão violento com a criança, Erasmo falou que não estava normal e que só podia estar possuído pelo demônio.
‘Ela não tentou se defender, pois era uma criança indefesa’, frisa o criminoso, que disse que tem dois filhos, de 10 e 12, que moravam com a mãe e com a avó em Medeiros Neto. ‘Não gostaria que isso acontecesse com eles’.
- O celular da vítima é esse aí, indaga o delegado regional Evy Paternostro.
- É esse aí, responde Erasmo.
- Foi você que jogou após o crime, prossegue Evy.
- Isso, diz Erasmo.
Erasmo estava em liberdade desde o dia 21 de setembro do ano passado. Ele respondia a processos por estupro, assassinato e furto, mas negou a violência sexual, que teria sido cometida contra uma adolescente em 2006 no Dinah Borges. No entanto, admite o furto de uma faca no supermercado Chame-Chame e o assassinato de um homem em Canavieiras. ‘Tão dizendo que eu bebi o sangue deste último, mas isso não aconteceu’.
"Informações do Radar 64"