A câmara municipal de vereadores de Mucuri pode estar envolvida em verdadeiro mar de corrupção. A denúncia que acaba de ser protocolada pelo vereador Manoel Negino no ministério público estadual da cidade de Mucuri, pode resultar na cassação dos nove vereadores que compõem o poder legislativo local.
Segundo o teor da denúncia, os vereadores de Mucuri teriam agido em conjunto para extorquir um empresário do ramo imobiliário local, que precisaria de urgência em um projeto que altera o limite urbano do município, o projeto 011/2011, que atingiria uma área que fica próximo aos distritos de Itabatã e 31 de março, ambos os territórios de município, mas que fica fora do perímetro urbano.
Quando o principal problema seria o loteamento Cidade Alta, que fica às margens da BR 101, ao lado direito no sentido Espírito Santo/Posto da Mata, que fica em uma área que não é urbana, segundo os limites das leis municipais, mas que já foi lançado inclusive com lotes à venda.
É aí que entra o presidente da câmara municipal de vereadores Carlos Gonçalves de Souza o “Tazinho”, que como se refere o denunciante numa pressa desmedida, entra literalmente no campo da corrupção, fazendo ofertas em troca de votos, com a pretensa urgência, oferecendo por voto aos vereadores, segundo gravação apresentada pelo vereador Manoel Negino R$ 25.000.00 mil reais, ou um lote mais cinco mil reais em dinheiro.
Segundo a referida gravação, teria acontecido uma reunião entre os vereadores “Tazinho”, e Manoel Negino no dia 31 de outubro deste ano, o vereador “Tazinho”, aparece na gravação dizendo, "Essa é a proposta dele (se referindo ao proprietário do loteamento), eu fiz tudo para antecipar para Dezembro natal, ele disse que não tem jeito, é questão de recurso, e ele voltou com outra proposta, que é essa que eu estou trazendo para vocês. Cinco mil na semana que vem, cinco com trinta dias, e 10 mil com noventa dias, fica aberto quem quiser o lote."
Na seqüência da gravação, o vereador e presidente da câmara “Tazinho”, diz: "Eu conheço o cara, eu assumo a responsabilidade se vocês permitirem, eu pego o cheque, aí seria de 30 dias 45 mil, faz na presença de vocês, cuido com essa p....., foi assim que Wagton (um dos assessores da câmara de Mucuri), falando sobre o problema de Moisés(se referindo ao ex-vice prefeito), lá em Itabatã ouviram tudo quanto é lado, então é?"
Na seqüência, todos os demais vereadores participam da conversa, todos comentando sobre o que achavam da proposta e como fariam para receber o dinheiro, e a forma como receberiam, ou se pegariam lote no negocio, não dá para disponibilizar todos os diálogos no texto, porque a reunião foi longa, mas em breve o vereador autor da denúncia, Manoel Negino, se comprometeu a disponibilizar uma copia do referido áudio.
Ao falar sobre a referida denúncia com nossa reportagem, o vereador Manoel Negino disse saber do risco que corre, e disse que também está disposto a correr esse risco, nem que para isso tenha que pagar com o próprio mandato. Já o vereador “Tazinho”, preferiu não comentar o assunto com a imprensa, disse apenas usando a palavra como presidente da casa, que o vereador Manoel Negino teria feito o correto, e que aguardaria sem chamado pela justiça para se defender.
Ainda aproveitou, para fazer um trocadilho com uma historia bíblica, que narra que Jesus Cristo, tinha 12 discípulos, os 12 comeram com ele à mesa, mas um acabou sendo o Judas que traiu Jesus, tirando sussurros dos presentes, que acharam que o presidente chamou o vereador Manoel Negino de traidor, mesmo tendo participado do bolo.
Além de protocolar a denúncia, o vereador Manoel Negino entregou junto com a denúncia, cinco mil reais, que ele teria recebido, e uma cópia da gravação da conversa, que foi feita por ele, e além de sua assinatura à referida denúncia levou também a assinatura da vereadora Justina Souza Cruz, a “Tina”, e o protocolo foi feito na manhã de segunda-feira 19 de Dezembro.
Por: Jotta Mendes