Com a decretação das prisões dos vereadores Manoel Negino Cruz (PSDB) e de Justina Souza Cruz, a “Tina” (PSD), a Câmara Municipal de Mucuri poderá ter uma nova formação a partir desta terça-feira, dia 27 de dezembro, pelo menos até que haja uma decisão final sobre o destino dos atuais seis parlamentares que estão presos e os outros dois que tiveram suas prisões decretadas.
Com a abertura do processo os vereadores presos, poderão ser afastados de seus respectivos mandatos, abrindo vagas para que os suplentes possam assumir, fazendo assim uma nova composição no Legislativo de Mucuri.
O que até agora dos depoimentos tomados na “Operação Caribe”, o considerado mais importante foi o de Alan Gomes Campos, de 32 anos, preso no início da noite da última sexta-feira (23) juntamente com seu pai, Wilson Campos dos Santos, o “Som”, de 56 anos, esse que é vereador por Nova Viçosa, e corretor de imóveis na região.
Em seu depoimento Alan, contradiz o depoimento do empresário Arlei Francisco Vescov, o “Arlei da Traterra”, que teria dito, que foram os vereadores que procuraram os empresários, para propor o esquema de vendas de votos em troca de R$ 25 mil. Alan disse, que foram os empresários que entraram em contato com os vereadores e fizeram a proposta, em razão da urgência em que o projeto de legalização da área do loteamento precisava ser aprovado. O depoimento foi considerado muito importante para a justiça, pois os empresários passam a figurar como agentes corruptores do esquema.
Além do processo de cassação por ato político administrativo que os vereadores podem enfrentar no final de semana o Ministério Público deverá mover um processo de improbidade administrativa, o que complica a situação dos mesmos, uma vez que se condenados, poderão entrar na lei da ficha suja, que entre outras coisas prevê a inelegibilidade.
A vereadora “Tina”, já está presa, depois de ter passado mal enquanto se encaminhava para Teixeira de Freitas, onde se apresentaria na sede da 8ª COORPIN. Ela acabou sendo internada no Hospital São Paulo, onde passou por um cardiologista, que preferiu que a mesma ficasse internada. Tina acabou sendo oficiada no leito do hospital pelo delegado Júlio César Telles, de plantão na 8ª COORPIN, sobre a decisão do juiz Leonardo Santos Vieira Coelho, que optou por decretar a prisão tanto da vereadora “Tina”, como do vereador Manoel Negino, e do ex-vereador e pretenso candidato a prefeito de Serra dos Aimorés- MG., Agripino Botelho Barreto (PR).
Até o fechamento desta matéria, não tinham sido presos o vereador Manoel Negino, nem Agripino, que também não se apresentaram à polícia, fato que deve acontecer nas próximas horas.
Contra o ex-vereador Agripino, pesa o fato de que segundo os autos, o mesmo já teria recebido R$ 5 mil e um terreno no referido loteamento. Contra o vereador Manoel Negino pesa o fato de que o mesmo teria concordado com a negociação, chegando a receber o dinheiro, mesmo tendo ele entregado a quantia à justiça. Já contra a vereadora “Tina”, pesa o fato de que no cumprimento dos mandados de busca e apreensão, ter sido encontrado no escritório da imobiliária, um papel que teria sido manuscrito pela mesma, no qual ela pede dois terrenos, e R$ 5 mil.
Em contato telefônico com nossa reportagem mesmo no leito do hospital, a vereadora negou essa informação, dizendo que tudo faz parte do plano do vereador Carlos Gonçalves de Souza, o “Tazinho”, que também está preso, para lhe prejudicar, mas que ela jamais concordou com a situação, e que se fosse verdade, não teria votado contra o projeto. O que ela admite, é que teria sugerido aos donos do empreendimento, que destinassem dois terrenos, que sempre são disponibilizados para construção de igrejas, sendo um para a Igreja Católica e outro para a Igreja Assembléia de Deus.
Por: Jotta Mendes