A morte por suicídio do pecuarista Edvandro Santos Freitas, 63 anos, que há 30 anos gerenciava a Fazenda São Domingos, na região do Rio do Sul, município de Vereda, pegou de surpresa todos os seus parentes, amigos, empregados e irmãos de sua igreja, fato ocorrido na manhã deste domingo (18/03).
Edvandro já morou por muitos anos em Itamaraju e atualmente estava residindo com sua família em Teixeira de Freitas. Neste final de semana ele estava na fazenda e na manhã deste domingo (18), os empregados estranharam a sua demora de sair de casa, tendo em vista que ele acordava muito cedo e por não atender aos chamados, resolveram entrar no imóvel e encontraram o patrão enforcado.
O pecuarista utilizou uma corda de nylon azul (cabresto de animal) e amarrou uma ponta no pescoço e a outra ponta numa viga de sustentação da cobertura da casa após ter subido na mesa da sala do jantar e depois pulado para ceifar a sua própria vida por enforcamento, onde foi encontrado dependurado numa cena clara que cometeu suicídio. No bolso da sua bermuda foram encontrados todos os seus documentos pessoais e a quantia em dinheiro de R$ 3.250,00, além de uma carta escrita pela própria vítima pedindo perdão à família.
Na carta deixada o pecuarista antes de morrer pediu que a família honrasse todos os seus compromissos e explicou a quantas pessoas estava devendo e relacionou à família a quem pagar com o dinheiro deixado e ainda informou quantas cabeças de gado possuía, quantas reses fossem entregues aos seus sócios/meereiros e o restante que os filhos tomassem conta. Na escrita ele pediu perdão à esposa, os filhos, os netos e aos seus amigos pela covardia, mas pediu que todos o entendessem, pois estava muito desgostoso e sofrendo de uma alta depressão e naquele momento precisava descansar.
O perito criminal Manoel Garrido, que inclusive é especialista forense em causas relacionadas a suicídios, oriundo do Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas, que procedeu aos trabalhos de criminalística no local do evento delitivo, disse que o pecuarista foi vítima da sua própria ação, na chamada tipificação jurídica, denominada de “suicídio clássico”. O delegado Júlio Telles, da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas que acompanhou a ocorrência, disse que vai relatar o inquérito e remetê-lo para o delegado Kleber Gonçalves, do município de Medeiros Neto d que também responde pela Polícia Civil do município de Vereda, para que ele esclareça o ocorrido à justiça da comarca de origem do fato.
Os inúmeros amigos da vítima ficaram surpresos com a notícia do seu suicídio e muitos disseram que Edvandro Santos Freitas, tratava-se de um homem muito correto nos seus negócios e direito ao extremo na sua conduta pessoal. Era um homem tímido e muito ágil nas suas atividades. Recentemente ele teria ficado chateado com a invasão de uma área de terra da mesma fazenda que gerenciava, numa região aproximando da comunidade de Limeira, na divisa com o município de Prado, mas a sua chateação terminou quando a dona da fazenda resolveu doar a área invadida ao MST para evitar desgaste com briga na justiça.
Mas vizinhos e funcionários da vítima disseram, que ultimamente ele reclamava muito para os empregados na lida diária no campo, que a sua saúde já não era mais a mesma, dizendo que estava sofrendo com muitas dores e que a angústia física já estava lhe impedido de montar a cavalo, algo fundamental para o seu trabalho e isso estaria lhe incomodando. Contudo os amigos e irmãos de igreja disseram que não notaram nenhuma diferença no comportamento de Edvandro, embora ele já houvesse se afastado já algum tempo dos cultos religiosos.
O pecuarista era natural de Vitória da Conquista e gerenciava a Fazenda São Domingos, no município de Vereda na área de tríplice fronteira entre Prado e Itamaraju, há 30 anos. O corpo do pecuarista Edvandro Santos Freitas, 63 anos, está sendo velado na Igreja Batista Central, na Avenida Marechal Castelo Branco, em Teixeira de Freitas, onde ele congregava e o sepultamento será realizado na manhã desta segunda-feira (19).
Por: Athylla Borborema