O poeta e jornalista A. Zarfeg ganhou uma exposição sobre sua obra e trajetória na Casa da Cultura de Itanhém, sua terra natal, durante a realização da 3ª Janela Cultural e da 2ª Festa de Integração dos Itanheenses Ausentes e Amigos (FITA), quando a cidade de Itanhém se transformou na capital cultural do extremo sul da Bahia. Na oportunidade, ele foi homenageado com uma placa especial afixada no espaço cultural.
“Estou me sentindo muito lisonjeado e, desde já, pronto para retribuir à altura a toda essa demonstração de carinho dos meus conterrâneos”, disse Zarfeg, que é itanheense e vive em Teixeira de Freitas.
A exposição disponibilizou toda a obra zarfeguiana (que, atualmente, conta com 14 livros editados), além de registros fotográficos e jornalísticos, diplomas e medalhas recebidos, que o público apreciou na Casa da Cultura.
Nos últimos vinte anos, Zarfeg publicou quatro livros de poemas, como Água Preta, cuja primeira edição saiu em 1991, quando ainda residia em Belo Horizonte, MG. De lá para cá, vieram os livros Respublica etcétera, Sutil, pero no mucho e Jan(eu)ce i outros poemas à flor da pele. Um quinto livro de poemas, intitulado “Côncavos e (com)versos”, sairá neste primeiro semestre de 2013.
Além da poesia, o artista expôs também livros de contos, crônicas, reportagem e infanto-juvenil. Ao final do evento, ele doou todos os livros para a Casa da Cultura. “A partir deste momento, os livros de Zarfeg vão fazer parte do acervo local e ficarão à disposição dos usuários deste espaço cultural”, afirmou Políbio, diretor de Cultura de Itanhém.
Zarfeg vê a doação dos livros como um pequeno gesto diante do muito que Itanhém e sua gente têm feito por ele. E espera que, como ele, outros artistas itanheenses façam o mesmo, doando objetos artísticos e culturais, como CDs, livros, fotografias históricas e quadros, para enriquecer o acervo do centro de cultura.
A placa tem dois metros de comprimento por um de largura e traz um texto escrito pelo próprio Zarfeg quando da inauguração da Casa da Cultura, em junho de 2012. Nele, o autor escreve sobre essa que é, talvez, a maior conquista de Itanhém nos últimos 50 anos. Eis o trecho do texto gravado na placa: “Seguramente, a Casa da Cultura de Itanhém constitui mérito da atual administração, em particular, e de todas as gerações que passaram por Água Preta, em geral. A importância dela, contudo, não se mede em termos políticos, administrativos ou pessoais, mas em termos culturais, simbólicos e atemporais”.
Assim Zarfeg, que já tinha estreitado seus laços afetivos com sua terra natal através de obras como Água Preta (poemas) e A primeira vez de Z. (contos) e, mais recentemente, a concessão da Medalha Eloino Moreira Lisboa, agora, com a placa em sua homenagem na Casa da Cultura, se sente ainda mais ligado à gente itanheense. “Por tudo isso, me sinto muito mais comprometido com minha terra baianeira”, afirmou o artista, que, se não bastassem essas homenagens, também foi retratado pelo artista plástico Denilton Rocha.
Trata-se de um óleo sobre tela em que o poeta e jornalista Zarfeg aparece portando a Medalha Eloino Moreira Lisboa e vestindo uma pelerine acadêmica, nuns traços bem realistas. Denilton Rocha, aliás, é autor de um retrato de Zarfeg que acabou popularizado nos livros do poeta e na internet.
Por: Edelvânio Pinheiro/Liberdadenews