Quase todos os restaurantes que vendem carne de cachorro no condado sul-coreano de Pyeongchang, onde acontecerá a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na sexta-feira, negaram um pedido do governo de parar de servir esta comida, admitiu um oficial nesta quinta-feira (8).
Acredita-se que os sul-coreanos consumam cerca de um milhão de cachorros por ano como uma iguaria de verão, com sua gordurosa carne vermelha sendo considerada uma rica fonte de energia.
Ativistas intensificaram as campanhas para proibir o consumo de carne de cachorro, com petições on-line querendo o boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang-2018, além de protestos em Seul.
As autoridades locais pediram aos 12 restaurantes que servem carne de cachorro em Pyeongchang que parassem de vender esta comida durante os Jogos em troca de subsídios.
No entanto, apenas dois cumpriram com a solicitação, informou à AFP o oficial do governo de Pyeongchang, Lee Yong-Bae.
“Enfrentamos muitas queixas dos operadores de restaurantes de que estamos ameaçando sua subsistência”, afirmou.
“Inicialmente, alguns deles venderam carne de porco e outras coisas ao invés de carne de cachorro apenas para ver suas vendas caindo bruscamente. Então voltaram para a carne de cachorro”.
Os anúncios que mostram pratos feitos com carne de cachorro, como o boshintang (sopa que melhora a saúde), o yeongyangtang (sopa de nutrientes), ou sacheoltang (sopa do ano inteiro), foram substituídos por outros mais neutros, como o yeomsotang (sopa de cabra), para evitar “uma impressão ruim dos estrangeiros” durante os Jogos, continuou.
Oficialmente, a carne de cachorro é classificada como “detestável” por Seul, como a de cobra, mas essa designação não tem ramificações legais.
As autoridades sul-coreanas periodicamente tentam persuadir os restaurantes a mudarem seus cardápios, ou retirarem propagandas sugestivas de carne de cachorro, durante grandes eventos internacionais ocorridos no país.
A tradição declina à medida que a nação abraça cada vez mais a ideia dos cachorros como animais de estimação, ao invés de gado, fazendo com que, entre os jovens sul-coreanos, comê-los se torne um tabu.
Fonte: Istoé