Esporte americano vive "efeito dominó" após caso da ginástica, e dois diretores deixam seus cargos com explicações nebulosas. Nadadora havia acusado técnico de assédio
Os esportes nos Estados Unidos vivem uma crise sem precedentes. Em "efeito dominó" após o caso de abuso sexual na ginástica, dois dirigentes do alto escalão da USA Swimming, a confederação americana de natação, resolveram renunciar em meio a denúncias de assédio. Susan Woessner, diretora de segurança esportiva, e Pat Hogan, diretor de desenvolvimento, anunciaram suas saídas em uma carta online na última quinta-feira.
De acordo com a carta, ambos deixaram seus cargos após as queixas serem ignoradas pela organização. A nota oficial da USA Swimmingdescreveu um conflito de interesses de Susan, que, recentemente esteve envolvida em um suposto caso com o técnico Sean Hutchinson - que recentemente foi acusado de assédio sexual pela nadadora Ariana Kukors - enquanto ainda era atleta.
Ligada ao governo, a USA Swimming agora está na berlinda com um escândalo similar ao da ginástica, que levou o médico Lawrence G. Nassar a ser condenado por abuso sexual. A imprensa americana revelou em diversos artigo que os executivos da organização sabiam dos abusos sexuais aos atletas por anos, mas nunca os combateram ou denunciaram. Woessner era uma das dirigentes acusada pela publicação de fazer vista grossa aos casos.
Nesta segunda-feira, o New York Times revelou um e-mail de Robert Allard, advogado de Ariana Kukors, para Tim Hinchey III, no qual pede a demissão imediata de Woessner e Hogan.
- Se você falhar em cumprir essa demanda, vamos assumir que você está ao lado dessas duas pessoas e por trás de tudo o que elas disseram e fizeram no passado. Eu quero te dar o benefício da dúvida, mas espero que as coisas tenham ficado claras - dizia a mensagem.
Por outro lado, a saída de Hogan não ficou clara, e a organização também não pontuou se os dirigentes foram demitidos ou deixaram seus cargos voluntariamente.
- Eu posso assegurar que essa organização está encarando seriamente esse problema, com um objetivo claro: proteger crianças e atletas. Estamos trabalhando todo dia para sermos uma organização melhor. Nunca seremos complacentes com esses casos - declarou Tim Hinchey III, presidente da USA Swimming.
Fonte: Globo Esporte