O Brasil encarou uma renovada Argentina, em amistoso disputado nesta terça-feira em Jeddah, na Arábia Saudita, e voltou a apresentar um desempenho decepcionante. Mas foi salvo por Miranda, que garantiu o triunfo por 1 a 0 já nos acréscimos do segundo tempo e manteve os 100% de aproveitamento da seleção após a Copa do Mundo da Rússia.
O clima de clássico tão citado de ambos os lados ficou apenas nas jogadas mais ríspidas e o que se viu em campo foi um futebol muito aquém da história deste confronto. O empate por 0 a 0 representava bem o que se viu em campo, mas na jogada aérea, aos 47 da etapa final, a seleção arrancou a vitória.
Foi mais uma atuação fraca da equipe de Tite depois da decepção na última Copa do Mundo. Antes, a seleção havia obtido três vitórias em três amistosos, mas contra os fracos Estados Unidos (2 a 0), El Salvador (5 a 0) e Arábia Saudita (2 a 0), sem empolgar em nenhuma destas partidas.
Talvez buscando este combustível ofensivo, Tite inovou nesta terça e escalou Roberto Firmino e Gabriel Jesus juntos no ataque. Não deu certo. Jesus mostrou dificuldade para buscar jogo pela direita, enquanto Firmino pouco apareceu. A seleção, então, mais uma vez dependeu exclusivamente de Neymar, e em meio a outra atuação irregular do astro do Paris Saint-Germain, pouco criou mesmo diante de uma Argentina sem Lionel Messi, Agüero, Di María e Higuaín.
O jogo até começou bastante pegado, com a seleção acionando Neymar e o brasileiro sendo calçado. Foram três faltas sofridas nos primeiros minutos, o que não mudou o comportamento do jogador. Ele seguiu buscando a bola no campo de defesa, tentando os lances, quase sempre de forma individual, e sofrendo com a falta de espaço.
A primeira chegada, no entanto, foi da Argentina. Aos sete minutos, Casemiro errou na tentativa do domínio e a sobra ficou com Lo Celso, que bateu da meia-lua, à esquerda de Alisson. O primeiro lance de perigo do Brasil aconteceu somente aos 27. Miranda recebeu cruzamento da esquerda, dominou e encheu o pé. A bola passou por Romero, mas Otamendi salvou em cima da linha.
O Brasil parecia desentrosado, com Jesus e Firmino encontrando dificuldades para jogar juntos. Coutinho, bem marcado, também estava sumido, o que deixou a equipe dependendo de Neymar. E até pela falta de companhia, o atacante insistia demais nas jogadas individuais, o que minava as possibilidades da seleção.
Dybala, em cobrança de falta, teve o último bom momento do fraco primeiro tempo. E quando se esperava que o Brasil crescesse depois do intervalo, foi a Argentina que criou as melhores chances da partida até então.
Logo com um minuto, Lo Celso tentou de cabeça e parou em Alisson. Aos cinco, Icardi recebeu em profundidade, cortou a marcação e bateu travado, também com perigo. No lance, Danilo se contundiu e deixou o campo sentindo muitas dores no tornozelo esquerdo.
Somente quando Neymar voltou a encontrar espaço, o Brasil incomodou novamente a Argentina. Aos 23 minutos, ele arrancou, fez boa jogada pela esquerda e cruzou para a área. Richarlison, que acabara de entrar, tentou na segunda trave, mas mandou para fora. No minuto seguinte, o atacante do PSG cobrou falta ensaiada para Arthur, que encheu o pé e parou em Romero.
Os últimos minutos foram de um Brasil mais ofensivo, dono da posse, mas totalmente sem criatividade. Casemiro tentou em cobrança de falta de longe, que desviou na barreira e raspou a trave. Mas, nos acréscimos, Neymar cobrou escanteio da esquerda na cabeça de Miranda, que se antecipou a Romero e definiu a vitória brasileira.
BRASIL – Alisson; Danilo (Fabinho), Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho; Neymar, Roberto Firmino e Gabriel Jesus (Richarlison). Técnico: Tite.
ARGENTINA – Sergio Romero; Saravia, Otamendi, Pezzella e Tagliafico (Acuña); Paredes, Battaglia e Lo Celso (Salvio); Dybala (Lautaro Martínez), Angel Correa (Roberto Pereyra) e Icardi (Giovanni Simeone). Técnico: Lionel Scaloni.
CARTÕES AMARELOS – Neymar, Miranda (Brasil); Paredes, Angel Correa, Lo Celso, Saravia, Battaglia (Argentina).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio The King Abdullah Sports City, em Jeddah (Arábia Saudita).
Fonte: Estadão Conteúdo