Eunápolis: O Estado da Bahia deverá, em tutela de urgência, operar gratuitamente uma idosa da cidade de Eunápolis, sob pena de pagar multa de R$ 1 milhão por dia de atraso. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça (TJBA) em favor de Adelice Ferreira de Santos, que bateu às portas do Judiciário após receber a informação que seria operada somente em 45 dias.
Segundo o TJBA, o prazo é “demais elástico” diante da gravidade da mulher de 70 anos que apresenta uma não consolidação correta de uma fratura óssea e pode ter seus membros amputados. Os autos do processo defendem o reconhecimento do direito à saúde e à vida de Adelice e, por isso, justificam o pagamento da multa milionária pelo Estado. Além do governo, o município de Eunápolis ficou responsável por arcar com as despesas de transporte da idosa até que o seu quadro melhore. A multa diária, em caso de descumprimento da determinação, é de R$ 500 mil.
A assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Saúde nesta quarta-feira (27) que ainda não havia sido notificado da decisão TJBA. A procuradora do município de Eunápolis, Priscila Barbalho, também afirmou que o município ainda não havia sido notificado.
JÁ ESTÁ EM SALVADOR - Segunda a família, a idosa foi transferida de Eunápolis para o Hospital Carvalho Luz, no bairro Nazaré, em Salvador, no mesmo dia em que saiu a decisão do Tribunal de Justiça. Sandra Santos, que é filha da idosa, disse que apesar de a mãe já estar na capital, a família ainda não foi comunicada sobre quando será feita a cirurgia. “Estamos aguardando para minha mãe fazer a enxertia óssea e depois ela ainda terá que ser transferida para fazer o tratamento de ortopedia em outro hospital aqui de Salvador”, explicou.
ENTENDA O CASO - Adelice foi atropelada por uma moto, em março do ano passado, quando tentava cruzar a BR-367, em Eunápolis. Ele havia ido buscar o neto de 12 anos na escola no bairro Dinha Borges. O jovem não se machucou, mas a avô dele teve fratura exposta nas duas pernas. Ela chegou a ser operada no Hospital Regional de Eunápolis e depois de se recuperar recebeu alta, mas, de acordo com sua filha, cerca de um ano após a cirurgia ela sofreu uma nova fratura na perna direita enquanto tomava banho em casa. “O médico disse que a fratura ainda não havia se consolidado, por isso os ossos se descolaram. Era necessário colocar uma platina”, frisou. Sandra informou que com a previsão de uma nova cirurgia ser realizada somente em prazo de 45 dias, a família decidiu recorrer à justiça.
Fonte: Radar64