Teixeira de Freitas: Na tarde deste domingo, 17 de fevereiro, por volta das 16h00, nossa equipe de reportagem recebeu uma denúncia de pacientes da UPA, que fica ao lado do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que peritos do DPT estariam atirando no muro que separa o Departamento da UPA. Segundo os denunciantes, além do barulho das armas, havia o risco de um projetil transfixar o muro, ou desviar em algo e acertar em alguém.
Como a nossa equipe de reportagem estava na Delegacia e também ouviu os tiros, nosso repórter foi até o local, e ainda conseguiu filmar um dos peritos praticando tiros ao alvo. O perito que atirou foi identificado como Pablo Bonjardim Claro, que atirou com sua própria arma, como pode ser visto na filmagem, em direção a um alvo improvisado com uma folha de ofício presa em alguns tocos. Nossa equipe viu diversos buracos enormes no muro, provocados por tiros.
Na filmagem os dois peritos estão com as armas em punhos. Nossa equipe de reportagem não conseguiu identificar o outro perito. Como não havia ninguém do administrativo no DPT, nossa equipe não conseguiu o nome do outro perito. Segundo denúncia, foram ouvidos pelo menos 03 tiros nesse domingo. Ainda segundo a denúncia, isso acontece com frequência. Denunciantes e funcionários informaram que pacientes da UPA ficam muito assustados com o barulho, sem saber de onde vem os disparos, e que o susto e o medo pioram o estado de saúde de quem está ali para se tratar de algum problema.
Segundo apurado por nossa equipe de reportagem, o ato de atirar com arma de fogo em área urbana é crime previsto no artigo 15 do Estatuto do Desarmamento, Lei nº 10.826/03. Para a consumação desse crime é indispensável que o disparo ocorra em lugar habitado ou suas adjacências. Sob os aspectos técnicos temos que o núcleo o tipo penal em questão é “disparar”, ou seja detonar, provocar a saída de projetil da arma. É crime de perigo abstrato, não necessitando que o tiro acerte qualquer alvo, nem mesmo que haja pessoas transitando no momento do disparo.
Nossa equipe entrou em contato por telefone com o coordenador da Mata Sul, Manoel Garrido, e segundo ele, as armas que são apreendidas são testadas no 13° BEIC. "Existe uma parceria entre o Batalhão e o DPT para que os exames das armas apreendidas sejam realizados lá, em um ambiente apropriado", disse Garrido. O perito Plabo procurou o repórter em tom ameaçador caso a matéria fosse ao ar, e disse que arma era realmente a dele e disse que estava testando umas munições novas que haviam chegado.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews