Teixeira de Freitas: Um caso sobre o desaparecimento de uma mulher e em seguida a informação de que ela havia morrido na cidade de Teixeira de Freitas, ganhou repercussão nacional, no Balanço Geral, apresentado diariamente na Rede Record de Televisão. Trata-se de da morte de Letícia Ferreira do Nascimento, 29 anos, que morava em Betim-MG. Os familiares de Letícia tiveram informação sobre a morte dela, ocorrida em Teixeira de Freitas, vindo para nossa cidade acompanhar o caso.
O Jornalismo do Liberdade News conversou com os familiares de Letícia e o pai dela, Lázaro Alves do Nascimento, morador de Marabá/PA, disse que até o dia 20 dezembro do ano 2018 a família tinha notícias dela quase todos os dias. “Um certo dia ela me ligou e disse que estava precisando de ajuda para voltar para Belo Horizonte e eu respondi que iria providenciar o dinheiro para ela voltar para sua cidade. Ela saiu de casa em companhia de um homem de prenome André, e mesmo depois de muitos conselhos para não ir com ele, ela acabou indo morar com ele no Espírito Santo”.
Ainda segundo o pai, ele chegou a transferiu os valores das passagens para que ela voltasse. A partir daí, o pai perdeu o contato da filha, e começou a procura-la. “Para minha tristeza, na última sexta-feira 22 de março, recebi a notícia que minha filha estava morta, na Bahia, na cidade de Teixeira de Freitas. Fizemos a viagem e chegamos em Teixeira com a notícia de que ela já estava sepultada, como uma indigente. Ela tinha família, não podia ter sido assim”, disse o senhor Lázaro. Ainda segundo o pai da Letícia, ela estava na companhia do André.
“Ele enterrou minha filha e desapareceu. Fomos ao cemitério, aparentemente estava tudo certo, o administrador do cemitério nos deu bastante atenção, já fizemos todo procedimento de ocorrência policial, e o caso já está com a delegada. Só saio daqui com o caso encerrado. Segundo informação, a Letícia morreu com câncer generalizado, mas não foi isso. Um laudo diz isso, mas acredito que não foi. Outro laudo diz que ela morreu por traumatismo abdominal. Há informações de que morreu por doença venérea, e que havia sinal de espancamento. Vou exigir exumação do corpo”, disse o pai.
O administrador o cemitério de Teixeira de Freitas, Gilcimar de Jesus, relatou que o André procurou o Cemitério no dia 09 de Março, por volta das 11h30, dizendo que tinha um corpo para sepultar, e que a esposa dele tinha falecido. “Solicitei a documentação para o sepultamento, e ele apresentou toda documentação que precisava, não havendo impedimento para o enterro, e assim foi feito. A família de Letícia entrou em contato comigo e relatou o que teria acontecido. Os familiares chegaram na tarde do último domingo na cidade, e conversamos muito sobre o caso”, explicou o Gilcimar.
Ainda segundo o administrador do Cemitério, André errou, porque depois do sepultamento ele falsificou o laudo, e enviou para família dizendo que a causa morte de Letícia teria sido câncer, mas, o laudo pericial do IML não confirma isso. “A Declaração de Óbito diz que foi hemorragia interna e espancamento. A família está na cidade para apurar os fatos, vamos aguardar a situação”. Já a tia da Leticia, a senhora Edna, disse que ela estava como desaparecida, não havia notícias dela. Através das redes sociais a procura foi intensa, até chegar aqui na cidade de Teixeira de Freitas. “O laudo que enviaram para a gente informa que ela morreu de câncer, mas, se ela tivesse isso saberíamos”.
Ainda segundo a tia, a Letícia era uma pessoa especial, trabalhadora, humilde, simples, dócil, uma pessoa que não tinha experiência no mundo secular. “Ela caiu nas mãos de uma pessoa maldosa, ela não tinha nenhuma espécie de vicio, uma pessoa de boa índole, e de bom caráter. Não tenho conhecimento da vida do André, nem sabia que existia, fiquei sabendo por meio de minhas sobrinhas que Letícia estava tendo um relacionamento com esse André”, acrescentou.
Perguntado pelo jornalista e radialista Edvaldo Alves, como estava o coração da mãe de Leticia, a tia respondeu: “A mãe da Letícia, hoje, digo e provo, não tem capacidade nem de levantar da cama, desde que recebeu a notícia da morte da filha, está em cima da cama, sem vontade de beber, comer e dormir. É um sofrimento, ela está em estado de choque. O meu coração estão triste, estou revoltada. Estou aqui cobrando por justiça, vou até o fim. Quero que essa pessoa que fez isso com Letícia, pague pelo que fez. Confio na Justiça de Teixeira de Freitas”, finalizou a tia.
O companheiro de Letícia foi identificado como sendo André Santos Silva, 33 anos de idade. No dia 03 de março deste ano, o André compareceu na Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas, onde registrou um Boletim de Ocorrência, comunicando o falecimento dela. Segundo o Boletim de Ocorrência, o André informou que na tarde do dia anterior, a Letícia estava sentindo muita dor, vomitando e que não menstruava há 04 meses. Achando que estaria grávida, o André a teria levado na UMMI, porém, não foi constatada a gravidez. No dia 03, ela passou mal novamente e ele a levou para a UPA, onde assim que deu entrada, veio a óbito.
Segundo informações, o André teria dito aos funcionários da UPA, que a sua esposa Letícia, teria sido violentada há 03 dias, por 03 pessoas não identificadas. Na delegacia, o André disse que ele e esposa estavam passando por necessidades e que estavam pedindo ajuda nas ruas de Teixeira. Ele disse que a sua esposa estava pedindo dinheiro para uma mulher e essa mulher e seus dois filhos, começaram a agredi-la, dizendo que ela queria dinheiro para comprar drogas, e acabou batendo na sua esposa. O André disse que a agressão foi em frente à Praça da Bíblia, no Centro de Teixeira.
Nas redes sociais, o André demonstra muito sentimento pela perda da esposa, dizendo que ela tinha câncer no fígado, e que estava com a barriga grande como se tivesse grávida, mas que era o problema do câncer, e que está destruído, sem querer comer nada, nem mesmo viver. “Eu não suporto a perda dela”, escreveu André em uma postagem. O fato é que a Declaração de Óbito, assinada pelo Perito Médico Dr. Saulo Edward acusou como causa da morte, A) Hemorragia Interna”; B) Traumatismo de Órgãos Abdominais e C) Ação Contundente, o que evidencia Morte Violenta.
De posse da Declaração de Óbito, o André informou aos familiares que a morte teria sido causada por um Câncer e adulterou a Declaração de Óbito, retirando A) Hemorragia Interna; retirando o termo B) “Abdominal”, deixando apenas: “Traumatismo de Órgão” e “Ação Contundente”.
Por: Edvaldo Alves e Lenio Cidreira/Liberdadenews