Uma menina baiana, de dois anos, foi morta após viajar para passar três meses com o pai, na cidade de Jambeiro, em São Paulo. Conforme a Polícia Civil paulista, a criança foi espancada pela madrasta, que tem 16 anos, foi apreendida.
Segundo a polícia, a adolescente confessou o crime, mas não há detalhes sobre o depoimento dela e nem das circunstâncias do crime. A jovem foi apreendida na quinta-feira (12) e levada para a Delegacia de Polícia de Proteção a Infância e Juventude, em São José dos Campos, onde permanece à disposição da Justiça.
Segundo informações da polícia, a criança foi morta na terça-feira (10). Após perícia técnica, de acordo com a polícia, foram encontradas marcas de violência no corpo da criança. De acordo com a polícia de São Paulo, não há indícios de que o pai da menina participou do crime. Ele foi ouvido e liberado. O caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Proteção a Infância e Juventude de São José dos Campos.
Segundo informações da mãe da criança, a menina, que morava com ela, no bairro de Narandiba, em Salvador, viajou para São Paulo em outubro deste ano e voltaria em janeiro, quando começaria estudar. De acordo com a mulher, a filha viajou após um acordo entre ela e o pai da criança, que mora com a companheira, em Jambeiro, em São Paulo.
"O pai dela me pediu para ficar com ela [criança] um tempo. Eu falei que ela era muio pequena, para deixar ela crescer mais um pouco, mas ele disse que se eu não deixasse, ia entrar na justiça para tirar ela de mim", disse a mãe da menina. "Fizemos um acordo e ela ficaria lá [com o pai] por três meses. Minha filha viajou em outubro e voltaria em janeiro. Ele disse que a mãe dele ia para São Paulo em janeiro e ia trazer ela de volta", contou.
A mãe da criança conta que não teve muito contato com o ex-marido nos últimos três meses. Ela via a menina por chamada de vídeo, através do celular da madrasta da filha. "Todas as chamadas de vídeo que a gente fazia eu via ela triste, ela já era maltratada pela madrasta. Eu falei com ele que ela estava assustada e que era para ele trazer ela de volta. Até disse que se ele não tivesse como, eu ia lá buscar", contou.
Ainda segundo a mulher, após a conversa, o pai da menina disse que não ia mais devolver a criança e a madrasta parou de fazer chamadas de vídeo com ela. "Ele me disse que eu nunca mais moraria com a menina e que, se dependesse dele, eu nunca mais ia ver a menina. Ele me disse que se eu entrasse na Justiça e colocasse um advogado, ele colocava dois", lembrou.
"No outro dia eu conversei com a madrasta, e ela mandou eu ficar tranquila, que em outubro do ano que vem, quando eles teriam férias, ela traria minha filha. Só que depois não mandava mais fotos da minha filha, só na segunda (9), que ela mandou uma que minha filha estava com o braço roxo".
Notícia da morte
"Na segunda-feira (9), ela [madrasta da menina] disse que o celular dela estava com problema e não fazia, nem recebia chamada de vídeo. Aí eu disse que era para ela procurar um celular para eu ver minha filha, porque eu tinha que falar com ela", lembrou a mãe da criança. A mulher lembra que a adolescente quem deu a notícia sobre a morte da filha dela.
"Ela mandou uma mensagem dizendo: 'Fica tranquila, mas sua filha faleceu. Ela teve uma convulsão, passou mal e morreu'. Eu fiquei em estado de choque e depois liguei para saber direito o que tinha acontecido", contou. A mãe da menina informou que a adolescente deu a ela mais de uma versão sobre a morte da menina.
"Primeiro ela disse que [a criança] teve uma convulsão, passou mal e morreu. Depois disse que caiu no chão e desmaiou, depois que morreu nos braços dela". Ainda de acordo com a mãe da criança, o pai da menina se ofereceu para pagar a passagem aérea para ela, porque a menina seria enterrada na capital paulista.
"Ele estava querendo pagar minha passagem para enterrar lá. Disse que a gente não ia enterrar aqui. Só depois que o chefe dele entrou na história, que pagou o translado e a gente viu o corpo da minha filha", disse.
O corpo da vítima foi enterrado no mesmo dia em que a madrasta foi apreendida, na quinta-feira (12), no Cemitério Municipal de Itapuã, em Salvador. "Foi um choque, porque você olhava o corpo dela e tinha muitas marcas roxas. Vários arranhões", contou a mãe da criança
Fonte: G1