Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem recebeu informações de que o acusado de ter matado Nayelle Alves Ribeiro, 31 anos, queria dar uma entrevista ao Liberdade News. Nayelle foi morta no último dia 10 de julho, dentro do seu estabelecimento comercial (Ferro Velho), localizado no Bairro Monte Castelo, e em uma ação rápida da Polícia Militar, o autor dos disparos, foi preso em seguida. Trata-se de Adriano de Oliveira Carvalho, 32 anos.
Na ocasião da prisão, nossa equipe de reportagem teria conseguido a promessa de uma entrevista com o Adriano, mas, rapidamente ele foi transferido para o Conjunto Penal, e por conta da Pandemia, não foi possível fazer a entrevista com o acusado. Segundo o diretor do Presídio, Osiris Cardoso, não está tendo visita, somente do advogado, ainda sim no Parlatório, a uma distância segura entre os dois, conforme protocolos da OMS.
Por conta da dificuldade em realizar a entrevista com o acusado, ele escreveu uma carta de próprio punho, e devidamente assinada, contando sua versão sobre o caso. Dando maiores detalhes do que realmente teria acontecido naquele fatídico dia. O Adriano já deu algumas versões sobre o caso, e na sua primeira versão, ele acusou o esposo da Nayelle, o Val da Sucata, de ter lhe contratado para matar a Nayelle.
Já no procedimento de Reconhecimento Oficial, o Adriano não reconheceu o Rosival Macieira (Val da Sucata), 57 anos, como sendo a pessoa que supostamente teria lhe contratado. Em depoimento posterior, ele alegou que foi ameaçado por presos dentro da carceragem da 8ª COORPIN, e por esse motivo ele ficou com medo de reconhecer o Val. Ainda nesse depoimento, ele alegou também que o Val usava máscara e chapéu, o que dificultou o reconhecimento.
Nossa equipe de reportagem conversou com o advogado de defesa do Val Macieira, Dr. Alex Santiago, o qual disse que os depoimentos do Adriano são repletos de inconsistência, e que o seu cliente Rosival Macieira é inocente da acusação de ser o mandante do crime. O advogado disse que estaria disposto a dar uma entrevista ao Liberdade News esclarecendo os fatos. Em entrevista anterior, o advogado disse acreditar na eficiência da polícia, e que no curso das investigações e do processo, cairia por terra essa versão inventada pelo Adriano.
Conforme prometido pelo Adriano de Oliveira Carvalho, ele escreveu a carta contado mais detalhes sobre o crime, e a redação do Liberdade News recebeu nesta quarta-feira, 14 de outubro o referido documento escrito pelas próprias mão do Adriano. Nossa reportagem transcreveu o conteúdo da carta e apresenta a seguir o teor do documento.
Transcrição da Carta (com as devidas correções gramaticais)
“Eu sou Adriano de Oliveira Carvalho. Senhor Edvaldo Alves, eu estou preso no Presídio, acusado de matar a senhora Nayelle. Quero aproveitar esse momento para contar o que realmente aconteceu. Eu vim de Porto Seguro, de carona, para levantar uma grana porque a dificuldade lá estava grande. Aí eu cheguei e vi o depósito de ferro-velho, e lá sempre tinha dinheiro. Eu não queria matar a mulher, era só roubar o dinheiro. Aí, ela falou que me conhecia e que eu ia pagar porque ela sabia quem eu era. Então, ela me agarrou e chamou o funcionário, que estava com um facão. Aí, eu disparei, e acertei a vítima e sair correndo do local.
Aí eu peço perdão à família e todos que estão me julgando. Sou morador de rua, só queria fazer um dinheiro, mas as más companhias me levaram a esta coisa. E eu uso drogas. Me perdoe!”
Adriano Carvalho.
Na carta, o acusado reforça que a intenção dele não era de matar a Nayelle, apenas de roubar. E conta os detalhes que o levou a atirar, justificando a ameaça da Nayelle, dizendo que já sabia quem era ele e que ele iria pagar, além dela ter lhe agarrado e chamado um funcionário, que apareceu armado com uma Facão. Em momento algum ele cita o Val Macieira como mandante do crime, reforçando a sua tese como um crime de latrocínio.
Na ocasião da morte da empresária Nayelle Alves Ribeiro, o jornalismo do Liberdade News entrevistou familiares e o advogado da família, e todos clamavam por justiça. OS familiares enfatizaram na época, que não queriam vingança, mas, que os envolvidos fossem punidos exemplarmente, dentro da legislação. "Sentimento de vingança não temos, mas de Justiça, não só por ela, mas por muitos casos semelhantes que acontecem todos os dias no país”.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
Matériais relacionadas