Em entrevista nesta terça-feira, 29, a uma jornalista na portaria do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que lamenta o número de mortos pelo coronavírus no Brasil que já superou a China, mas que não tem o que fazer sobre a situação.
“A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19”, disse a repórter ao presidente, que declarou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disparou o presidente, referindo-se ao próprio sobrenome.
Em seguida, Bolsonaro continuou a entrevista afirmando que se solidariza com as famílias das vítimas. “Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas”, disse.
“Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás”, completou.
Nesta terça-feira, de acordo com o Ministério da Saúde, os óbitos causados pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, chegaram a 5.017 no Brasil, número inferior a China, que segundo dados oficiais, registra 4.643.
Flexibilização
Ao ser questionado sobre a possibilidade de flexibilização do distanciamento social, o presidente se manteve neutro, dizendo que não dá parecer e que não obriga o ministro da Saúde, Nelson Teich, a fazer nada.
Sem apresentar fontes, Bolsonaro afirmou que 70% da população será infectada e que o governo nunca negou que o novo coronavírus causaria mortes no Brasil.
“As mortes de hoje, a princípio, essas pessoas foram infectadas há duas semanas. É o que eu digo para vocês: o vírus vai atingir 70% da população. Infelizmente é a realidade. Mortes vão (sic) haver. Ninguém nunca negou que haveria mortes”, ressaltou.
Fonte: Atarde