Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixa o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) de fora de uma reunião ministerial realizada nesta terça-feira, 9, no Palácio do Planalto. O encontro não estava previsto inicialmente na agenda do presidente da República. O general e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostram certo afastamento desde o ano passado.
Esta foi a segunda reunião ministerial realizada em 2021 sem a presença de Mourão. Na primeira, no último dia 6 de janeiro, Mourão ainda cumpria isolamento depois de ter contraído a Covid-19.
De acordo com a assessoria do vice-presidente, Mourão não compareceu à reunião porque o encontro "reunia apenas ministros" e porque o general está "comprometido" com a organização do encontro com o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que acontece nesta quarta-feira, 10.
Até as 12h desta terça, Mourão não tinha agenda oficial divulgada. Apesar do costume de dar declarações à imprensa ao chegar e deixar o gabinete, o general evitou o contato com jornalistas.
Na manhã desta terça, 9, Bolsonaro se reuniu com 22 ministros e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Apenas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, não compareceu ao encontro, porque está em missão internacional para tratar do leilão do 5G.
Duas vezes por mês, o presidente tinha o hábito de convocar reuniões do Conselho de Governo, que reúne todo o gabinete presidencial, ministros de Estado e presidentes de empresas estatais, além do vice-presidente.
Os encontros do conselho normalmente eram realizados às terças-feiras no Planalto ou na residência oficial do presidente, no Alvorada. No entanto, esse conselho não se reúne desde novembro de 2020.
No fim de janeiro, 'O Antagonista' vazou mensagens de um assessor parlamentar de Mourão que estaria articulando, na Câmara, o impeachment de Bolsonaro.
Após confirmação de que o assessor Ricardo Roesch Morato Filho trocou, de fato, mensagens com um chefe de gabinete de um deputado federal, Mourão decidiu exonerá-lo.
“Foi uma situação lamentável. Em primeiro lugar, porque eu não concordo com o processo de impeachment. Segundo lugar ,porque não é a forma como eu trabalho. Foi uma troca de mensagens imprudente, gerou um ruído totalmente desnecessário no momento que a gente está vivendo”, afirmou o general à época.
Fonte: Atarde