O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (12) que o crime de prevaricação "não se aplicaria" a ele, somente a servidores públicos. "Primeiro, eu entendo que a prevaricação se aplica a servidor público, não se aplicaria a mim. Mas qualquer denúncia de corrupção eu tomo providência", declarou Bolsonaro.
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar se o presidente cometeu prevaricação na negociação do governo federal para aquisição da vacina Covaxin. A investigação foi determinada no começo de julho pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. A magistrada também autorizou que a PF ouça Bolsonaro.
O caso teve origem em denúncias feitas pelo deputado federal Luis Miranda (DEM), que afirma ter alertado Bolsonaro sobre irregularidades nas tratativas para compra do imunizante. O parlamentar diz que seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, teria sofrido pressões na pasta durante a negociação por doses.
"Até o do Luis Lima [Bolsonaro errou o nome de Miranda], mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, a vida atual dele, eu conversei com [ex-ministro da Saúde, Eduardo] Pazuello. Pazuello, tá uma denúncia aqui do deputado Luis Lima [Miranda] de que estaria algo errado acontecendo, dá para dar uma olhada? Ele viu e não tem nada de errado, já estamos tomando providência. Vamos corrigir o que está sendo feito", completou o presidente.
A prevaricação é um crime contra a administração pública que ocorre quando o agente público deixa de agir da maneira que se espera dele e no qual é obtida alguma espécie de favorecimento. Por exemplo, quando policiais ou fiscais não agem diante de uma irregularidade para proteger determinada pessoa.
Fonte: Atarde