Teixeira de Freitas: “O governador da Bahia gosta de chamar o presidente Bolsonaro de genocida e ditador, e demonstra no estado um comportamento típico de ‘ditador’, ao não aceitar questionamentos sobre seu governo”, disse o deputado estadual, Robinho (PP). Essa fala do deputado Robinho foi dita ao sofrer uma retaliação por parte do governador Rui Costa, que em uma canetada exonerou 10 indicações do deputado, desempregando servidores de cargos comissionados em órgãos como CIRETRAN, ADAB e SINE. A motivação teria sido o fato do deputado Robinho ter saído em defesa do seu colega de parlamento, o deputado Paulo Câmara, que vem tecendo diversas críticas ao governador, e ter publicado um vídeo que demonstra a manobra fiscal do governo para aumentar o ICMS sobre os combustíveis.
“O que eu acho muito engraçado, na realidade, é que para o governador o parlamento não serve para nada, ele não respeita os deputados, não tem consideração nem pelo os da base. Os deputados de oposição ao governador respeitam mais do que os próprios da base. Eu, quando fui prefeito, queria ter tido uma oposição igual à que Rui tem na Bahia… E quando um questiona uma coisa ele fica nervosinho, pedindo para abrir Conselho de Ética para o cara, o que é isso, é ditadura?”, questionou Robinho. A crítica de Robinho foi considerada ofensa pessoal ao governador e a gota d’água, o que o fez responder utilizando a caneta.
Ainda na defesa do colega Paulo Câmara, o deputado Robinho também sugeriu como contrapartida para abertura de Comissão de Ética contra o parlamentar do PSDB, na ALBA, a abertura de duas CPIs em desfavor de Rui Costa na Casa. A primeira CPI seria para apurar se a retenção das emendas parlamentares seria resultado de retaliações políticas do governador da Bahia contra parlamentares de sua base e da oposição que fazem críticas eventuais a um ou outro ato de sua gestão. Segundo informações, o governador não faz o repasse dos valores a que os parlamentares têm direito constitucionalmente, para usar em suas bases, desde a primeira gestão do petista (2014-2018).
A segunda sugestão de CPI é mais problemática e poderia colocar o governador da Bahia em maus lençóis. O pedido para apuração da compra fraudulenta feita pelo gestão Rui Costa no Consórcio do Nordeste, autorizada pelo então secretário da Casa Civil à época, Bruno Dauster, e que provocou um prejuízo de R$ 48 milhões aos cofres públicos poderia promover um furacão político no último ano de gestão do governador que é bem avaliado por mais de 70% da população e constituir sérios problemas para sua sucessão em 2022.
Em um ato de muita coragem, o deputado Robinho escancarou as estratégias do governo do estado, em relação aos preços dos combustíveis. “Essa quebra de braço entre o Governo do Estado e o Governo Federal só prejudica o cidadão baiano quanto aos aumentos nos preços dos combustíveis. “O que o governo Rui Costa está fazendo, na hora que a Petrobrás dá um aumento, o governo sobretaxa e o aumento fica acima do que a Petrobrás coloca. Não só Rui Costa, como os demais governos contra o presidente. Por que isso? Porque na cabeça do povo o combustível é do Governo Federal, e hoje, 45% do valor que a pessoa paga na bomba de combustível e no gás de cozinha vai para o governo do estado, e o deputado Paulo Câmara vem questionando esse assunto.”
Procurado por nossa reportagem, o deputado Robinho, que é esposo da atual prefeita de Nova Viçosa, Luciana Machado, confirmou as exonerações do governador Rui Costa, no Diário Oficial deste sábado, 21 de agosto, e disse que deixa a base governista. O deputado disse que em breve emitirá uma Nota Oficial acerca dos fatos.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
