Após cortes nos recursos previstos para o Ministério da Economia em 2022, pelos menos 324 delegados e chefes de divisão da Receita Federal entregaram seus cargos. O dinheiro que iria para a Economia poderá ser usado para viabilizar o reajuste de policiais em ano eleitoral.
A informação foi confirmada pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) que ainda estima que o número de servidores que pretendem entregar os cargos pode chegar a 500.
O Sindifisco afirmou que que, em algumas regiões fiscais, houve baixa de todos os delegados. São os casos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.
“Não é carta de intenção. É pedido de exoneração efetivo. Isso significa que o órgão de arrecadação do país puxou o freio de mão. Vamos esperar uma solução mas enquanto isso há um caos administrativo”, afirmou à CNN Brasil, Kleber Cabral, presidente da entidade sindical.
Os servidores da Receia Federal cobram do governo que conceda o pagamento de uma gratificação associada à produtividade, o que acabou não sendo incluído no orçamento aprovado nesta terça-feira, 22 pelo Congresso Nacional.
Para pressionar uma resposta do governo, a categoria vai realizar assembleia nesta quinta com indicativo de greve geral.“ Para dar reajuste a policiais, pegaram o orçamento do órgão que arrecada”, criticou Cabral.
O movimento pode impactar, de acordo com a categoria, em atrasos em processos da Receita Federal, sistemas de arrecadação de impostos e também em procedimentos aduaneiros na circulação de cargas e mercadorias.
Os recursos do órgão foram cortados em mais da metade. Por outro lado, o texto aprovado prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste e reestruturação de carreiras de policiais federais no próximo ano, pauta considerada prioritária do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fonte: Atarde