O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, 19, que não teria "nenhum problema" em compor uma chapa com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nas eleições presidenciais deste ano.
O petista afirmou ainda que o PSDB de João Doria não é o mesmo que o que abrigou figuras importantes da sigla, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador José Serra e o ex-governador Mario Covas.
"Da minha parte não existe nenhum problema de fazer aliança com Alckmin e ter ele de vice. Nós vamos construir um programa de interesse para a sociedade brasileira. Não abro mão de que a prioridade é o povo brasileiro. Espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não sendo vice, porque me parece que ele se definiu em fazer uma oposição não apenas ao Bolsonaro, mas ao ‘dorismo’ em São Paulo", afirmou Lula em encontro com jornalistas.
“Nós temos divergência? Temos. Por isso pertencemos a partidos diferente. Temos visão de um mundo diferente? Temos. Mas isso não impede que, se for necessário, que você construa a possibilidade de as divergências serem colocadas no canto e você colocar as convergências no outro canto para você poder governar. Eu não terei nenhum problema se tiver que fazer uma chapa com o Alckmin pra ganhar as eleições”, endossou.
Ao ser perguntado sobre críticas feitas no passado pela esquerda a episódios e medidas ocorridas durante as gestões de Alckmin no governo de São Paulo, Lula defendeu o ex-adversário.
"Sinto que você construiu uma quantidade de defeitos para poder falar do Alckmin. Só quem não tem falado do assunto é o Alckmin e eu. Todo mundo fala todo santo dia. Todo mundo dá palpite. Mas você não vê uma fala minha, uma fala do Alckmin. Ele saiu do PSDB e não se definiu para qual partido vai. Ele não tem partido hoje. E eu não defini minha candidatura. Então não pode ter candidato nem vice.", completou Lula.
A coletiva desta quarta foi a primeira concedida pelo ex-presidente este ano, com a participação de jornalistas do Blog da Cidadania, Brasil 247, Diário do Centro do Mundo, Jornal GGN, Jornalistas Livres, Rede Brasil Atual, Revista Fórum e Tutaméia.
Antes de abrir espaço às perguntas, o ex-presidente fez um discurso de abertura de vinte minutos, no qual afirmou que "ainda não está candidato": "Preciso de tempo para tomar essa decisão. Mas não duvidem do sacrifício que faremos para recuperarmos a democracia do Brasil."
Fonte: Atarde