Um homem que estava em liberdade condicional por homicídio, havia dois meses, matou a sua companheira na noite de ontem (21/11), na cidade de Medeiros Neto, com um golpe de facoa, instrumento utilizado no corte de cana. O crime aconteceu na rua Camilo Prates, no centro da cidade, nas proximidades do mercado Municipal, coincidentemente o mesmo local onde, em maio deste ano, ele havia matado, também com golpes de facoa, Manoel da Silva Pereira, 31 anos, o Galego.
Joel Mota Júnior, 30, o Junão, que confessou ser usuário de drogas, desferiu um golpe de facoa que quase decepou o pescoço de Marinei Cruz Silva, 46. A violência dos golpes arrancou dentes, mandíbula e língua da vítima.
Na manhã do dia seguinte, em uma ação conjunta, as polícias Militar e Civil prenderam o acusado na rua Ibirajá, na casa de um "amigo de cachaça", como ele mesmo descreveu. A guarnição da 44ª Companhia Independente de Polícia Militar, formada pelos soldados Leobino Pereira e Clériston Rodrigues, juntamente com o delegado titular de Medeiros Neto, Kleber Eduardo Gonçalves, cercou a casa e prendeu Joel. A arma do crime foi encontrada com ele.
Ninguém mata à toa: Ao explicar à reportagem o porquê de ter matado à companheira Joel Mota disse que "ninguém mata à toa e que sempre existe um motivo para matar", e tentou justificar. "Eu gostava muito dela, mas ela pegava muito em meu pé e não queria, por ciúmes, deixar eu ir pra roça trabalhar. Ela era uma pessoa boa, mas quando bebia perdia a cabeça e, ontem [dia do crime], ela me agrediu com tapas".
Joel é natural de Salvador, de onde saiu ainda adolescente, e há oito anos mora em Medeiros Neto, para onde veio trabalhar no corte de cana. Antes, porém, morou em Terra Nova, município localizado próximo à região metropolitana da capital, e em Nanuque, no Vale do Mucuri, onde também trabalhou em usina sucroalcooleira. Semianalfabeto, ele fala com desenvoltura e se descreveu como uma pessoa violenta quando disse, involuntariamente, que matou Galego, a sua primeira vítima, porque "ele era carrasco também".
O acusado matou a sua companheira da mesma forma que matou Galego e, no mesmo local (veja as fotos). A única diferença é que Galego foi golpeado duas vezes. "O primeiro golpe cortou a mão dele", explicou Joel. E o outro acertou-lhe a cabeça, quando já estava caído. Em ambos os crimes os motivos foram fúteis.
Marinei não queria que Joel fosse pra roça e, Galego, devia a ele R$ 20. Mas, as leis fracas do nosso país permitiram que Joel só ficasse em regime fechado durante quatro meses, mesmo tento matado um homem por motivo fútil e com requinte de crueldade.
Por: Edelvânio Pinheiro/Liberdadenews