Prado: Funcionários da Prefeitura do Prado estão se sentindo profundamente lesados e desrespeitados pela atual gestora municipal. O motivo é o Decreto Municipal 148/2013, assinado pela Prefeita Mayra Pires Brito, o qual anula o Concurso de 2010, promovido pelo ex-prefeito Jonga Amaral. Com o decreto, 288 famílias pradense passam a sofrer com o desemprego, além de outros problemas indiretos relacionados ao ato da prefeita. Segundo o representante da CUT de Salvador, Raimundo Calixto, os funcionários entraram com um Mandado de Segurança e terão todo apoio possível da CUT para que seja revertida essa posição tomada pela prefeita.
Segundo os funcionários, a prefeita se baseou numa denúncia de um vereador sobre irregularidades no concurso e não ouviu as partes, não apurou devidamente, e não procurou o Ministério Público para julgar o fato. “Ela tomou uma decisão arbitrária e unilateral, com evidências totalmente partidária e política, com a intenção de perseguir os funcionários”, disse um servidor municipal. Foi montado um grupo de ação, com o objetivo de lutar para que essa decisão seja revertida. Alguns protestos já foram iniciados e outros ainda estão por vir. “Fomo agraciados com a presença da imprensa e fizemos nossa manifestação de forma pacífica e ordeira”, disse um funcionário.
“Penso que aos poucos estamos mostrando para a comunidade o que estamos passando, como estamos sofrendo. Somos vítimas de perseguição, represália política e terrorismo psicológico”, arguiu um coordenador pedagógico do município. Ainda segundo o servidor, houve a instauração de um processo administrativo, uma sindicância, mas foi um processo conduzido de forma estranha, não ouviu ninguém, não ouviu a empresa, não ouviu servidor. O processo administrativo foi conduzido a toque de caixa, notificando de forma generalizada todos os servidores sem falar a acusação de cada um, não havendo, em momento algum, diálogo entre prefeitura e servidores.
Os servidores estão revoltados com esse ato arbitrário da prefeita Mayra Brito e relembraram uma decisão semelhante do ex-prefeito do Prado, Wilson Brito (pai de Mayra Brito), que em 1998 anulou um concurso na cidade, desempregando dezenas de funcionários. Após julgamento do mérito, a Justiça ordenou que os servidores fossem reempossados em seus cargos. Os servidores ficaram aproximadamente 01 ano desempregados até o processo ser julgado e ao retornar, tiveram que ser indenizados, levando a prefeitura a onerar os cofres públicos. Há quem diga que tal decisão pode ter sido influenciada pelo próprio Wilson Brito.
Esta atitude, segundo alguns populares, vem manchar ainda mais o governo Mayra Brito, que já estava sendo duramente criticado pela falta gestão e investimento em áreas importantes do município, especialmente na saúde, educação e infraestrutura. São 288 desempregados, em um município que tem enormes dificuldades, especialmente na questão empregatícia. São várias as situações dos funcionários exonerados – uns vieram de outras cidades, até mesmo outro estado; uns se desligaram de outras prefeituras; outros ainda são moradores, nascido e criado na cidade e que lutaram para ter seu primeiro emprego, entre outras histórias.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
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