Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem conversou com o diretor de relações institucionais da Suzano Papel e Celulose, Jorge Emanuel Reis Cajazeira, onde fez questão de esclarecer várias problemáticas envolvendo a empresa, e a tão famosa primarização.
A primarização é um acordo que foi firmado no dia 11 de julho entre o Ministério Público do Trabalho e a empresa Suzano Papel e Celulose. O termo de conciliação foi assinado depois que a Justiça do Trabalho negou a ação civil pública que elimina completamente a terceirização em todas as atividades dentro de um prazo no máximo de três anos.
De acordo Cajazeira, quem iniciou toda essa questão foi o Sindicato dos Trabalhadores (SINTREXBEM), quando processou a Suzano, alegando condições precárias de trabalho da categoria. A ação com pedido de liminar foi impetrada em Salvador e também na Justiça do Trabalho em Teixeira de Freitas. Porém, não foi julgado e se transformou no termo de conciliação.
“Se a Suzano quisesse a primarização, não precisaria do MPT, ela faria por ela mesma, e não tinha necessidade de pagar uma multa de R$ 2 milhões. E neste acordo, ao invés de 03 meses, como eles tinham determinado a principio, conseguimos junto ao MPT, 03 anos. Esse tempo era justamente para fazermos a transição tentando minimizar os impactos”, disse Cajazeira – diretor de relações institucionais da Suzano Papel e Celulose.
Cajazeira ainda explica, que não depende da Suzano, aceitar ou não, a primarização, mas, depende da sociedade se mobilizar. “Existe uma possibilidade de reverter essa situação. Ao invés de fazerem moções de repúdio sem saber o real motivo, a sociedade pode se organizar, entrar com um processo contra essa ação do MPT, alegando perdas, como eles mesmos vêm propagando”.
Perguntado sobre o por quê a Suzano não compra no comércio local, ele esclareceu que compra sim, porém precisa obedecer alguns critérios para essa compra. “Compramos toda a parte química e material de escritório. Já a parte de florestais é comprada pelas terceirizadas. Nunca disse que o comércio não era preparado, e sim que vamos oferecer apoio para as empresas da região que desejarem melhorar suas práticas gerenciais. O que queremos é garantir que todos que desejarem, sem exceções, tenham condições de vender para nós”, acrescenta.
Cajazeira também informou, que para garantir que o comércio venda, a Suzano em parceria com o Sebrae, vai oferecer treinamentos para que as empresas consigam se regularizar para atendê-los. De acordo com o presidente da Associação das Empresas Prestadoras de Serviços no Extremo Sul (AEPSES), Igor Carpegianni, a situação é muito séria e causará impactos sociais e econômicos irreversíveis na região.
Quanto a essa questão, Cajazeira esclarece que somando Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, são em média 1.500 pessoas trabalhando, e serão contratados, independente de idade, de raça ou de cor, e que os equipamentos das terceirizadas continuarão trabalhando. “O que será primarizado é a mão de obra”, enfatiza.
Para finalizar, Cajazeira fez questão de dizer que em momento algum eles tiveram interesses na primarização, acrescentando que nos moldes atuais já está ótimo para a Suzano. Outra questão, foi que nunca fizeram nada na calada da noite, prova maior é que o processo está correndo desde 2007, sendo ele, antigo e, que nada foi escondido. Foram realizadas várias reuniões e ninguém nunca argumentou sobre o que está sendo reivindicando agora.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews