Na próxima quinta-feira (2) o delegado Jorge da Silva Nascimento vai representar pela prisão preventiva de João Mário Santos de Oliveira, vulgo Petê, 23 anos, que confessou ter matado o seu primo de primeiro grau, o vaqueiro Gilson Rodrigues da Silva Portugal, 45 anos, com golpes de facão.
Policiais do 2º Pelotão prenderam Petê na noite do último sábado (28), na residência do avô Afonso José dos Santos, no bairro Monte Santo, em Itanhém. A Polícia Civil localizou a arma do crime. O facão estava escondido no meio do mato, numa região conhecida por Aruanda, onde, por sinal, o delegado e o investigador Felipe Mendes, no dia seguinte, tentaram, sem êxito, prender o criminoso.
As roupas que Petê usou no dia do crime, uma bermuda estampada e uma camiseta preta, também foram localizadas. Estavam na casa da mãe dele, na rua dos Estudantes, no bairro Nova Brasília, na cidade de Itanhém. A mãe dele já havia lavado as roupas.
O crime: O crime aconteceu na noite do dia 24 de dezembro, na fazenda Paulista, a 20 km da cidade de Itanhém, próximo ao distrito de Santa Rita do Planalto, mas o corpo só foi encontrado na madrugada do dia seguinte, por volta das 4 horas, pela esposa da vítima. Segundo o delegado o crime ocorreu por volta das 18 horas.
As polícias Militar e Civil estavam em perseguição do autor desde o primeiro momento que o corpo foi localizado sem o olho, a língua e a orelha. Na ocasião, o perito Manoel Garrido, explicou que só a perícia poderia identificar se os órgãos foram arrancados pelo assassino ou por algum animal durante a noite.
Legítima defesa: O delegado não acreditou na versão de legítima defesa apresentada pelo autor do homicídio. Jorge da Silva Nascimento considerou que o motivo foi fútil e autuou Petê no artigo 121, parágrafo 2º, incisos II e III.
“Ele disse, em seu depoimento, que por volta das 18 horas, eles discutiram. Na confusão a vítima teria pegado um facão e ele tentou se defender com uma sela e que, na luta, conseguiu se desvencilhar, tomando a arma e golpeando a vítima”, explicou o delegado, acrescentando. “A sela, que estaria cortada de facão, não foi encontrada e, o porte físico da vítima, leva ao entendimento de que o autor deu uma facãozada de forma traiçoeira, sem nenhuma chance de defesa”.
Vingança: Há sete meses Petê havia trabalhado na mesma fazenda com a vítima. Nesse período R$ 150 havia desaparecido e Petê era o único suspeito. A vítima, durante esse tempo, teria feito comentários sobre o desaparecimento desse dinheiro e esse fato irritou Petê, que teria pedido emprego à vítima para, na verdade, matá-la.
“Tudo indica que ele foi pra se vingar”, disse o delegado. “A perversidade aplicada no crime, os hematomas deixados no corpo da vítima sinalizam que o autor estava com muita raiva”, finalizou.
Um das testemunhas ouvidas pelo delegado disse que o autor havia comentado que estava irritado com os comentários que a vítima vinha fazendo a respeito do furto do dinheiro.
Furtou a própria mãe: Petê é conhecido no bairro Monte Santo como uma pessoa violenta. Há informações não confirmadas de que ele já efetuou disparos de arma de fogo contra um cachorro que passou em sua frente. Ele também é conhecido no bairro pela prática de furtos e envolvimento com drogas.
A mãe de Petê, Márcia Prates Santos, uma semana antes do crime, foi à delegacia e registrou boletim de ocorrência, alegando que ele estava furtando objetos em sua casa. Na ocorrência a mãe relatou que tem conhecimento de que ele é usuário de drogas.
Por: Edelvânio Pinheiro
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