Teixeira de Freitas: Durante todo o dia desta terça-feira (16), aconteceu a 1ª audiência relativa ao Processo de Júri, na sala das audiências do Fórum local, onde o réu Ismael de Jesus Morais, 27 anos, foi ouvido juntamente com todas as testemunhas de acusação. Ele, além de assumir, ainda contou os detalhes do assassinato e ocultação do cadáver da adolescente, Cassiane Lima dos Santos, 15 anos de idade, que havia desaparecido misteriosamente de sua residência, na Rua 03, no bairro Cidade de Deus, em uma manhã de quinta-feira, 27 de novembro de 2014.
Após o depoimento de várias testemunhas, a Polícia Civil chegou até o Ismael, que era o vizinho da adolescente. O corpo de Cassiane foi encontrado no início da tarde de terça-feira, 02 de dezembro de 2014, às margens do Rio Itaitinga, pertencente ao município de Alcobaça. Ela estava com um arame em volta do pescoço. O próprio suspeito foi quem levou a polícia ao local. Após encontrar o cadáver da jovem, ainda, no dia 02 de dezembro, a Polícia Civil apresentou o acusado à imprensa. E o mesmo foi imediatamente transferido para o Presídio de Teixeira de Freitas.
Tudo que os pais, e as testemunhas falaram em depoimento à Polícia Civil, eles repetiram na audiência. A V. Exª. Dr. Argenildo Fernandes dos Santos, Juiz de Direito, ao proceder com o interrogatório de Ismael, perguntou-lhe o motivo do bárbaro crime. De acordo o réu, três dias antes do crime, se encontrava no quintal de sua residência, quando Cassiane passou por ele, e disse uma “piada”, dizendo o seguinte: “Ladrão tem que ser preso!”; e que ele acreditava que tais palavras foram direcionadas à sua pessoa, já que tinha sido preso anteriormente.
Ainda segundo o réu, um conhecido teria lhe contado que cerca de um ano atrás, ela havia ligado para a polícia, para informar que ele estava com um carro roubado em casa e ele acreditou na informação, já que efetivamente a polícia esteve em sua residência, e fez a apreensão de um Fiat Uno, de cor vermelha, cujo automóvel pertencia a Junior, morador de Nanuque/MG. O Ismael acrescentou ainda, que o dono do veículo teria deixado o carro para que ele pudesse consertar a caixa de marcha e que não sabia se tal veículo possuía ou não procedência ilícita.
Ismael respondeu todas as perguntas do magistrado, contando a versão dele de como tudo aconteceu. Porém, frisou que não estuprou Cassiane. O Juiz também perguntou se ele teve alguma coisa a ver com o desaparecimento de sua ex-esposa, Josiane Costa Gomes, tendo ele afirmado que não sabe de seu paradeiro e que não a matou. Diante de todos os depoimentos, foi encerrada a instrução processual, tendo o magistrado lido as alegações finais do Ministério Público e da defesa. Após tais providências, o juiz Argenildo Fernandes dará a sentença de pronúncia.
Através de tal pronúncia, possivelmente o magistrado determinará que Ismael seja submetido a Júri Popular, uma vez que resta provado que houve o crime, que Ismael de Jesus Morais tenha sido o autor, onde também irá decidir se há a circunstância qualificadora do motivo fútil e do emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. Irá ainda, decidir se houve o crime de ocultação do cadáver. Se condenado, poderá pegar uma pena pelo homicídio de 12 a 30 anos, podendo ser aumentada [homicídio qualificado com concurso material em ocultação de cadáver].
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews
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