Teixeira de Freitas: O Liberdade News e a TVLN vem acompanhando de perto os problemas envolvendo o funcionamento do Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas. Nossa equipe de reportagem denunciou a demora na entrega do hospital, depois a falta de equipamentos para o funcionamento, em seguida, a transferência de pacientes do HMTF para o Hospital de Campanha sem que tenha chegado as bombas de infusão, tendo que pegar as bombas emprestadas do Hospital Municipal, e por fim, a denúncia de que duas pacientes teriam morrido por conta de um apagão elétrico, que provocou o desligamento de aparelhos.
Por conta da nossa denúncia, a mãe da jovem Eschyle Julia, 18 anos de idade, uma das vítimas que morreu na madrugada desta quinta-feira (18), procurou nossa equipe de reportagem para falar sobre o caso. Em entrevista, a mãe disse que na quarta-feira (17), o Boletim Médico saiu mais cedo, por volta de 12h00, e no boletim, informava que a jovem estava se recuperando, mas, que estava com uma infecção no sangue. Na manhã do dia 18 de maio, por volta das 07h00 da manhã, a mãe foi chamada no Hospital e foi informada da morte da jovem. Ainda segundo a mãe, os médicos informaram que a sua filha havia morrido por volta das 23h45.
A mãe questiona o fato de que após a denúncia de que teria tido um apagão, o próprio Hospital Municipal enviou uma nota à imprensa, confirmando que houve duas mortes por Covid-19 na madrugada de quinta-feira (18), e excluindo a possibilidade da morte ter sido por causa do apagão. Ou seja, o próprio diretor do Hospital Municipal, Dr. Evandro Neri, confirmou as mortes na madrugada, mas, informaram à mãe, que a morte da jovem foi na noite anterior, às 23h45 de quarta-feira (18). A mãe acredita que tem alguma coisa errada por conta dessas informações desencontradas. “Minha filha estava bem, assim eles disseram na quarta-feira”.
A mãe da jovem disse que desde o início dos primeiros sintomas, a sua filha foi destratada por um médico na UPA. “Minha filha já estava com dificuldade de respirar, e o médico mandou ela ir para casa. Eu questionei ao médico, dizendo que minha filha não estava bem, e ele disse: E daí?”. A mãe questionou também o fato da sua filha e de outros pacientes terem sido transferidas do HMTF para o Hospital de Campanha, sem nem mesmo a família ter sido comunicado. “Dizem que os pacientes estavam em estado grave, mas, estavam vivos, alguma coisa aconteceu. Como uma pessoa falece num dia e eles avisam no outro?”, finalizou a mãe.
O radialista Lucas Bocão, em seu programa de Rádio, conversou com o secretário de saúde municipal, Herbert Chagas, o qual disse que seu princípio é trabalhar com a verdade, e que os óbitos no Hospital de Campanha não foram decorrentes da falta de energia, mas, do agravamento natural da doença. O secretário afirmou que está sendo preparado uma nota de esclarecimento com todas as informações necessárias sobre o ocorrido, e garantiu que as mortes não foi por problemas técnicos da Unidade de Saúde. O secretário afirmou também que houve um intercorrência de energia, mas, que isso não foi o motivo das mortes.
Nossa equipe de reportagem apurou que o gerador não acionou e que foi preciso apoio de diversos funcionários do HMTF, que correram ao Hospital de Campanha para socorrer os pacientes, fazendo uso de respiradores mecânicos manuais, e que por conta disso, o problema não foi maior. Nossa equipe de reportagem esteve no Hospital Municipal e fomos informados pela própria assessoria do HMTF, que deu entrada naquela Unidade de Saúde mais dois pacientes de Covid-19 na UTI. Nossa equipe não conseguiu levantar informações se são pacientes novos, ou pacientes do Hospital de Campanha que retornaram para o HMTF.
Em relação as bombas de infusão que deveriam ter chegado, ainda não chegaram. Desde segunda-feira (15), nossa equipe de reportagem vem cobrando do Secretário de Saúde Municipal, Herbert Chagas, o qual disse que estava aguardando as bombas de infusão chegaram, e que seria realizada a transferência dos pacientes do HMTF para o Hospital de Campanha. Nossa equipe apurou ainda que existem bombas de infusão no município, na UPA, UMMI e HMTF, e que estas estão sendo usadas, mas, que as que deveriam chegar do Estado para o pleno funcionamento do Hospital de Campanha, ainda não chegaram.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
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